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Cursos

Trace seu Futuro, Escolha sua Profissão

4 de dezembro de 2008
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Escrito porRedação

“A Bahia já me deu régua e compasso”, cantava o nosso ministro da Cultura, Gilberto Gil, na música “Aquele Abraço”, nos idos de 1969. Porém, nem todo estudante que se depara com o momento da escolha profissional tem tanta segurança assim. Para ajudar nessa complicada tarefa de traçar o seu próprio futuro, principalmente quando se tem 17, 18 anos, existem os serviços de orientação vocacional, muitos deles gratuitos. Mas a responsabilidade da escolha é sempre individual e solitária.

Até mesmo depois de passar no vestibular, a dúvida pode persistir. Isso é mais comum do que se pensa. A médica pediatra e pneumologista infantil Heloísa Murr Sabino sentiu na pele a dor da dúvida, no começo do curso de Medicina, na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Criada no interior de São Paulo, na cidade de São João da Boa Vista, ela prestou vestibular aos 17 anos, logo depois de concluir o Ensino Médio.

Nem mesmo seu pai, médico também, acreditava que a filha pudesse entrar em um curso tão concorrido, nessa primeira tentativa e, por via das dúvidas, a matriculara em um cursinho. Publicada a lista, veio a surpresa: Heloísa fora aprovada. Ela acreditava que seu perfil tinha muito mais a ver com a área de Humanas, mas mesmo assim resolveu começar o curso. Iniciadas as aulas, a menina, que passava mal ao ver sangue, se desesperou.

Tomou o ônibus rumo à sua cidade natal. “Chorei durante toda a viagem”, recorda ela. Mas ao chegar na rodoviária, ao invés de ser acolhida no aconchego do lar, seu pai lhe deu um lanche e a embarcou de volta para São Paulo. “Você não vai desistir”, ordenou. Hoje, ela é uma médica realizada, que adora o que faz. “Nunca me vi fazendo cirurgia, por exemplo. Eu sempre soube que gostava mesmo era de trabalhar com crianças”, afirma.

Essa história é exemplar. Podemos tirar dela várias lições.

Primeira: cada profissão tem várias áreas de atuação, é preciso ampliar a visão na hora de escolher a carreira.

Segunda: uma boa idéia é procurar se informar sobre as matérias que você vai estudar no curso que pretende fazer. O jovem que deixa para tomar contato com as matérias que tem no curso só depois que entra corre o risco de se decepcionar.

Terceira: a sugestão unânime, entre todos os entrevistados para essa reportagem do Universia, é uma só e coincide com a famosa frase “conhece-te a ti mesmo”, lema de Sócrates, filósofo da Antigüidade. é preciso prestar atenção aos seus interesses, às suas motivações e à sua personalidade. O que você quer da sua vida? Quais são os seus interesses? Qual é o seu potencial? As respostas a essas três perguntas fundamentais podem definir a sua escolha. E elas só podem ser dadas por você.

Como se não bastasse toda essa confusão, não há uma escolha entre dois ou três caminhos, apenas. No manual da Fuvest, por exemplo, existem mais de cem opções de cursos. Além disso, conforme a psicóloga Elaine Schevz, especializada em orientação vocacional, muitas profissões novas ainda serão construídas: “o mundo está se revendo, estamos revendo nosso modo de vida. Muitas profissões ainda serão inventadas.

O jovem tem que participar da construção de um mundo melhor, tem que inovar, trazer idéias novas, seus sonhos são importantes, devem ser levados em conta, ele pode propor um caminho novo, uma idéia que vá transformar as coisas. Inovar e criar é muito importante”, provoca ela.

A responsabilidade é grande. Mas “nem todos buscam orientação”, diz a professora de orientação vocacional da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), Sônia Regina Gattás, vice-diretora da Clínica Psicológica Ana Maria Poppovic da Faculdade de Psicologia PUC-SP. “O ideal seria que todos procurassem um bom serviço de orientação vocacional”, analisa.

Para ela, o jovem deve buscar muita informação, mas sempre com um objetivo predeterminado. Sônia acredita que o serviço de orientação vocacional pode ajudar o vestibulando a pensar no que ele quer para que a carreira escolhida seja capaz de preencher as suas expectativas. “Nós ajudamos a pensar, a encontrar esses objetivos, a traçar seu projeto de futuro, de vida, a definir quais são as questões mais importantes para ele”.

O programa de orientação vocacional da clínica de Psicologia da PUC-SP compreende uma série de dez entrevistas, por psicólogos formados, alunos do curso de aprimoramento clínico institucional. O teste vocacional pode ser usado como um instrumento nesse processo, para ajudar a definir algumas das escolhas.

“Existem testes que podem ajudar, eventualmente, mas eles não se aplicam a todo mundo”, explica a psicóloga. Nem mesmo entre os psicólogos a adoção do teste é uma regra. Há profissionais que usam e outros que preferem não se valer desse instrumento. Qualquer que seja o método usado, o fato é que os jovens que buscam um serviço de orientação vocacional chegam muito “perdidos”…

E funciona?

Essa “fragilidade” faz com que a pessoa seja facilmente iludida com os testes vocacionais on-line – que são encontrados aos montes pela Internet. Por mais que o Universia quisesse também encontrar um teste fácil de ser respondido e que desse uma resposta para ajudá-lo nesse dilema, todos os nossos entrevistados afirmaram que o teste vocacional é apenas uma ferramenta que contribui para o psicólogo desvendar a personalidade do jovem. Desconectados de um programa mais amplo, eles não só não servem para nada como podem atrapalhar.

Para a professora Flávia Henriques, psicóloga, pedagoga e coordenadora do curso de Psicologia da Unisantos (Universidade Católica de Santos), a orientação vocacional não é necessária, mas é importante. “O jovem deve procurar esse serviço na sua escola ou fora dela. Muitas escolas têm psicólogos e fazem esse trabalho desde o primeiro ano do Ensino Médio.

Na escola que não tem psicólogo, os próprios professores devem orientar os alunos”, aponta. A Unisantos oferece esse programa de orientação gratuitamente todos os anos, para alunos do Ensino Médio de Santos e região. Os alunos são atendidos pelos estagiários do quarto ano, com supervisão dos professores. “No primeiro semestre, a orientação vocacional acontece em seis sábados seguidos, do final de abril até junho. São encontros de três horas de duração”, explica a professora.

As atividades programadas incluem informações sobre as profissões, auto-conhecimento, aprender a diferenciar as influências internas e as externas, além da aplicação de alguns testes para verificar os interesses dos jovens. Nesse processo todo, eles vão se conhecendo. “Atendemos de 130 a 150 jovens”, contabiliza a professora.

No final, eles recebem um laudo por escrito, com indicações que os levam a fazer a opção correta. Se tiverem alguma dificuldade na compreensão do laudo, existe um plantão de dúvidas para ajudá-los. “Além disso, temos o Semov, a Semana Intensiva de Orientação Vocacional, que coincide com a Semana de Psicologa, no final de agosto, durante cinco noites”, completa. Justamente por ser uma escolha que se faz tão cedo na vida, o processo de orientação vocacional também deve começar o quanto antes, até mesmo no Ensino Fundamental, acredita a professora Flávia.

Os modelos internos seriam aqueles em que o jovem quer imitar os seus “heróis”, não no sentido de super-heróis, mas de pessoas com quem ele se identifica. Os modelos externos podem incluir as sugestões da família, dos amigos, professores. Muitas vezes, são tantas idéias conflitantes que eles não sabem distinguir seu real desejo. “Isso é trabalhado durante todas essas seções, para que eles possam decidir por si próprios”, garante a professora.

“Nem sempre eles conseguem ter uma decisão clara, ao término da última sessão, mas já têm mais condições de decidir, de saber que carreira combina melhor com o tipo de personalidade que demonstraram”, afirma Flávia, que também é contra os testes vocacionais aplicados sem critério. “Os testes sérios não podem ser divulgados”, acrescenta ela. “Os resultados desses testes online não têm confiabilidade nenhuma”, critica.

Erros mais comuns

Para a psicóloga Elaine Schevz, formada pela USP (Universidade de São Paulo), alguns erros podem ser cometidos nessa fase:

– Escolher a carreira em função dos seus pais;

– Deixar para conhecer a universidade escolhida e as matérias do curso apenas depois de passar no vestibular;

– Não se informar sobre como é a rotina do profissional da área.

Para evitar situações como essas, ela desenvolve o projeto De Dentro Pra Fora. São dez workshops, em que a psicóloga trabalha quatro dimensões. A primeira, a “de dentro”, envolve o auto-conhecimento, contato com os próprios talentos, sonhos e desejos. A “de fora” é quando os participantes aprendem sobre os diversos aspectos da atuação profissional, escolhas individuais, conceitos e preconceitos. Na dimensão “de fora para dentro”, se dá a apropriação da cidade, identificando os lugares de interesse, tomando contato direto com a realidade prática do trabalho.

Finalmente, a dimensão “de dentro para fora”, que é o ponto de chegada. “O trabalho é bem lúdico, interativo, com dinâmicas de grupo, atividades artísticas e jogos”, descreve. “A resposta surgirá do contato com você mesmo, de um trabalho de introspecção, ver o que desperta o seu interesse, sua motivação, pensando no seu interesse para desenvolver um trabalho por muito tempo”. Boa sorte!

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