O que muda no Enem
Nesta semana, as universidades federais começam a discutir a unificação
de seus vestibulares. Uma nova versão do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) ” mais extensa e mais difícil ” substituiria o processo
seletivo. O ministro da Educação, Fernando Haddad, autor da proposta,
quer que a mudança comece a valer neste ano.
O que pode mudar?
48% dos
268 mil candidatos aprovados em vestibulares para o ensino superior
público em 2007 entraram em universidades federais
O vestibular vai
acabar?
Não. A proposta do Ministério da Educação é que uma nova versão
do Enem vire a principal etapa do processo seletivo das universidades
federais. E de outras que aderirem.
O exame pode virar a primeira fase
ou substituir o processo todo?
isso será definido por cada
universidade. De qualquer maneira, os alunos que quiserem os cursos
mais procurados vão continuar precisando estudar muito. A principal
diferença é que, com o novo Enem, eles poderão se concentrar em um
exame só. E usar a nota para pleitear vaga em diversas universidades.
Como vai ser o novo Enem? A proposta inicial é que, além da redação, a
prova passe das atuais 63 questões de múltipla escolha para 200. Serão
quatro provas de 50 questões, aplicadas em dois dias, uma de manhã e
outra à tarde. A maior mudança será no formato das perguntas. Até hoje,
o Enem centrou-se na verificação de habilidades dos candidatos, como o
raciocínio lógico e a interpretação de texto. Mesmo quem não lembra as
fórmulas matemáticas ou as características de certo escritor pode ir
bem apenas raciocinando com as informações do enunciado.
O modelo novo seria um meio-termo entre o formato atual do
Enem e o vestibular tradicional: aquele que exige conteúdo extenso e
memorização de regras que o aluno raramente vai usar ao longo da vida.
Ainda muito adotado em universidades públicas e privadas, esse formato
é tido como antiquado pelos especialistas em avaliação.
“Eu trabalho
com línguas e vejo perguntas de português em alguns vestibulares que
não saberia responder sem consultar uma gramática”, diz Gisele Gama,
especialista em avaliação educacional. Um exemplo de prova assim é o
vestibular da Universidade Federal do Ceará. Em 2008, algumas questões
de língua portuguesa apenas verificavam se o candidato lera os livros
pedidos.
Para isso, uma delas pedia que ele ligasse o nome do
personagem a sua descrição. A principal mudança será inserir a cobrança
de conteúdo, sem abandonar a exigência pelas habilidades. “Não somos
contra a memorização”, diz Reynaldo Fernandes, presidente do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep),
órgão responsável pela reformulação do exame.”O problema é decorar um
monte de informações e não saber aprofundar nada.”
No novo Enem, o
aluno vai ter de aplicar o conteúdo para resolver problemas em
situações novas. São caminhos que não podem ser decorados por meio da
prática repetitiva na escola ou no cursinho. O candidato deverá saber
as características gerais dos personagens dos livros que vão cair na
prova. Mas, além disso, pode ser chamado a encontrar a semelhança entre
o comportamento de um personagem e dos jovens brasileiros
relacionando a interpretação do livro com uma tabela estatística do
Censo.
A prova vai ficar mais difícil?
No formato do Enem atual, é
comum que os alunos mais preparados cheguem perto de gabaritar a prova.
O empate de notas é frequente. Isso acontece porque a prova foi
elaborada para avaliar os alunos individualmente, e não classificá-los.
Para que as universidades possam usá-lo para selecionar, o grau de
dificuldade vai aumentar na profundidade das questões.
Quais
disciplinas vão cair na prova?
As provas serão divididas em quatro
grandes áreas: linguagens e códigos (língua portuguesa, inglês e
redação), ciências humanas (geografia e história), ciências da natureza
(biologia, física e química) e matemática.
Os alunos deverão relacionar
os conhecimentos entre as disciplinas. Em uma questão sobre a guerra na
Bósnia, por exemplo, ele precisará usar conhecimento de história e
geografia para acertar.
Como os candidatos podem se preparar?
O
programa da nova prova ainda não tem previsão para ser divulgado. Por
enquanto, o jeito é estudar para o vestibular e o Enem atuais. “O exame
proposto é mais eficiente para selecionar os melhores”, diz Nicolau
Marmo, coordenador-geral do Anglo. “Já tranquilizamos os alunos. Quem
estuda passa em qualquer uma dessas provas.”
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