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Clarice Lispector: vida e obra

30 de setembro de 2022
clarice lispector
Imagem do autor
Escrito poradmin

Desvendar quem foi Haya Pinkhasovna Lispector – o nome verdadeiro da autora Clarice Lispector – é um grande desafio enfrentado até os dias atuais por escritores, jornalistas, pesquisadores e admiradores da obra da intelectual. Grande parte de seus escritos abordam relações familiares complexas e personagens femininas em situações atípicas e fora da rotina. Por isso, alguns especialistas afirmam que a autora foi deixando um pouco de sua história nas histórias que escrevia.

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Infância e Adolescência

Clarice Lispector sempre optou por não divulgar muitas informações sobre a sua vida pessoal, até mesmo em entrevistas. O que se sabe sobre a autora é fruto de investigações jornalísticas e documentais visto que em vida a autora nunca aceitou escrever uma autobiografia. Em 1995, foi publicada a primeira biografia da autora: Clarice, Uma Vida que se Conta, escrita por Nádia Batella Gotlib.

De acordo com o livro, a filha de judeus pobres nasceu em 10 de dezembro de 1920 na cidade de Chechelnyk localizada na então União Soviética. Atualmente, a área é anexada ao oeste da Ucrânia. A autora precisou abandonar sua Terra Natal devido à perseguição antissemita – que se espalhou pelo Leste Europeu em decorrência da Primeira Guerra Mundial-, conflitos da guerra civil e pela escassez de alimentos. Sua família chegou ao Brasil em 1922, ano em que deixou de ser chamada de Haya para ser lembrada como Clarice.

Maceió foi a primeira cidade onde Lispector morou. Alguns familiares da escritora já residiam na capital de Alagoas. Depois de alguns anos, a família se mudou para Recife, em Pernambuco, onde Lispector passou a maior parte da infância e adolescência – marcadas pela miséria e pela melancolia. Aos 10 anos, Lispector vivenciou um dos maiores traumas de sua vida: a morte de sua mãe, Mania Krimgold Lispector.

Na adolescência, a autora se debruçou sobre a obra de autores clássicos da literatura brasileira e mundial, tendo destaque os romances de Dostoiévski, Hermann Hesse e do modernista brasileiro Monteiro Lobato. “No Recife, aprendeu a ler e se apaixonou pela literatura. Chegou a mandar algumas histórias para a página infantil do jornal Diário de Pernambuco, que nunca foram publicadas, e também escreveu uma peça de teatro. Foi o início de tudo”, conta Nádia Battella Gotlib, professora de Literatura em entrevista à Revista Fapesp.

Formação de Clarice Lispector

No início da década de 1930, o pai de Clarice, Pedro Lispector, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro a fim de conferir às filhas a oportunidade de estudar em boas universidades. Assim, Lispector escolheu o curso de Direito da Universidade do Brasil – atual Universidade Federal do Rio de Janeiro – na qual ela foi aprovada em 4º lugar no vestibular em 1939. “Ela era muito preocupada com a questão social e dizia que optou pelo direito para tentar melhorar o sistema prisional brasileiro, mas nunca exerceu a profissão”, explica o poeta Eucanã Ferraz em entrevista à Revista Fapesp.

Durante a faculdade, Lispector pôde se aprofundar nos ensinamentos do do filósofo também judeu Baruch Spinoza, que se tornou uma das maiores influências de sua carreira na Literatura. Nesse período, ela também desenvolveu sua carreira como jornalista e cronista de jornais em uma época que havia poucas mulheres nas redações brasileiras.

Personalidade Marcante

Clarice odiava as comparações de seu trabalho com o de outras pessoas. O tradutor Gregory Rabassa, após traduzir o livro “A Maçã No Escuro”, disse que a autora “parecia com Marlene Dietrich e escrevia como Virginia Woolf”. Ela detestou o comentário considerado machista.

Outro aspecto interessante da personalidade de Clarice – talvez o mais lembrado – diz respeito às declarações emblemáticas e angustiantes. “Quando escrevo, estou morta”, disse a autora ao programa de entrevistas Panorama da TV Cultura em 1977. Recentemente, a cantora Luiza Sonza recriou a entrevista mais famosa de Clarice Lispector no clipe da música ‘Penhasco’ a fim de demonstrar como ucraniana ainda impressiona as novas gerações.

Primeiro livro

O primeiro conto de Clarice Lispector, intitulado “O Triunfo”, foi publicado na revista Pan em 1940 – no mesmo ano em que seu pai faleceu por complicações de uma cirurgia. O primeiro livro “Perto do Coração Selvagem” data de 1943 e conta a história de vida da protagonista Joana por meio de epifanias narrativas e monólogos. O livro foi descrito como “o maior romance que uma mulher já escreveu em língua portuguesa” pelo poeta Lêdo Ivo. A publicação também cunhou o termo “Furacão Clarice”.

Em meio à repercussão, Lispector formou-se em Direito em 1944 e casou com uma colega de turma, o diplomata Maury Gurgel Valente. Por isso, ela passou 15 anos entre a Europa, Washington e Rio de Janeiro para acompanhar o marido. Clarice teve dois filhos: Pedro e Paulo.

Publicações

  • Perto do coração selvagem (1942)
  • O Lustre (1946)
  • A Cidade Sitiada (1949)
  • Laços de Família (1960)
  • A Maçã no Escuro (1961)
  • A Legião Estrangeira (1964)
  • A Paixão Segundo G. H (1964)
  • O Mistério do Coelho Pensante (1967)
  • A Mulher que Matou os Peixes (1968)
  • Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres (1969)
  • Felicidade Clandestina (1971)
  • Água Viva (1973)
  • A Imitação da Rosa (1973)
  • Via Crucis do Corpo (1974)
  • Onde Estivestes de Noite? (1974)
  • Visão do Esplendor (1975)
  • A Hora da Estrela (1977)

Literatura Infantil

“Quando eu me comunico com o adulto, na verdade estou me comunicando com o mais secreto de mim mesma, aí é difícil. O adulto é triste e solitário, mas a criança tem a fantasia. Ela é solta e feliz”, afirmou Clarice Lispector em uma entrevista. O que poucas pessoas sabem é que a autora também se dedicou a escrever literatura para os pequenos, tendo publicado 3 livros para esse público em vida e 2 livros póstumos:

  1. “O mistério do coelho pensante” (1967)
  2. “A mulher que matou os peixes” (1968)
  3. “Doze lendas brasileiras – Como nasceram as estrelas” (1977)
  4. “Quase de verdade” (1978)
  5. “A vida íntima de Laura” (1999)

Última publicação em vida

“A Hora da Estrela” é o último livro publicado por Clarice Lispector. Nele, o narrador do Rio de Janeiro, Rodrigo S.M., detalha a vida e a morte de uma jovem de Alagoas, Macabéa. O narrador a descreve como “feia (“feíssima — parece um maracujá de gaveta”, tem cara de quem comeu e não gostou, desajeitada, sonsa, esquisita, tem cheiro ruim, é suja e nunca vai ser uma artista de cinema porque não tem corpo, não tem cara, não tem é nada”. Em 1985, o livro foi adaptado para o Cinema pela diretora Suzana Amaral.

Veja também:

+ A Hora da Estrela: resumo da obra de Clarice Lispector

Morte

Clarice Lispector faleceu por conta de um câncer de ovário no dia 9 de dezembro de 1977, às vésperas de seu aniversário de 57 anos. A autora deixou um acervo traduzido cerca de 180 vezes para diversas línguas.

Características das obras literárias

O pesquisador e jornalista Benjamin Moser, em artigo ao The New Yorker, descreve algumas características textuais que tornam a obra de Clarice tão única e marcante. Primeiramente, Moser reconhece o pioneirismo da autora de tratar certos tabus sociais para sua época (entre 1942 a 1977) com naturalidade: “Assuntos tradicionalmente “femininos” – casamento, maternidade, filhos e roupas – já tinham, é claro, sido escritos antes. Mas algum escritor já havia descrito uma senhora de 77 anos tendo sonhos eróticos com uma estrela pop, ou uma mulher de 81 anos se masturbando?”, questiona.

Além do impacto social, a escrita de Clarice desafia o entendimento do significado da Literatura, de acordo com Moser: “Meio século ou mais depois de escritas, muitas das histórias de Clarice nada perderam sua novidade. Novos assuntos exigem nova linguagem. [as histórias] são atravessadas por uma busca linguística incessante, uma instabilidade gramatical, que as impede de serem lidas muito rapidamente”, avalia o jornalista.

Frases Famosas

  • O medo sempre me guiou para o que eu quero. E porque eu quero, temo. Muitas vezes foi o medo que me tomou pela mão e me levou. O medo me leva ao perigo. E tudo o que eu amo é arriscado.”
  • Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.”
  • Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.”
  • Mas quero ter a liberdade de dizer coisas sem nexo como profunda forma de te atingir. Só o errado me atrai, e amo o pecado, a flor do pecado.”

Curiosidades

  • Em 1966, adormeceu em sua cama segurando um cigarro aceso nas mãos. Por isso, houve um incêndio em seu apartamento no Rio de Janeiro que resultou em queimaduras gravíssimas nas mãos e nas pernas.
  • Água Viva foi o livro que Clarice mais sentiu dificuldade para terminar. Pessoas próximas à cantora disseram que essa foi a primeira vez que a ucraniana demonstrou insegurança em relação à escrita.
  • Clarice também atuou como voluntária durante a Segunda Guerra Mundial entre os anos de 1944 a 1945 como voluntária no hospital que recebia os brasileiros feridos.

Clarice Lispector no Vestibular e no ENEM

Mostramos para você que a Clarice Lispector é uma das maiores escritoras do mundo e seu livros são reconhecidos em vários países. O conhecimento sobre a obra e carreira de Clarice pode, inclusive, te ajudar a conquistar uma boa nota no Enem e nos Vestibulares, especialmente a obra A Hora da Estrela que é leitura obrigatório ainda para a admissão de algumas universidades. Leia atentamente e tente responder ao exercício a seguir para entender como a Clarice pode surgir nas provas:

  1. (PUC Campinas SP/2022) Proponho-me a que não seja complexo o que escreverei, embora obrigado a usar as palavras que vos sustentam. A história – determino com falso livre arbítrio – vai ter uns sete personagens e eu sou um dos mais importantes deles, é claro. Eu, Rodrigo S.M.

    Considerando-se que o trecho acima está nos momentos de abertura do romance A hora da estrela e é representativo das preocupações de Clarice Lispector, deve-se reconhecer que, para essa escritora,

    a) uma narrativa ficcional de peso não pode admitir uma narração em primeira pessoa.

    b) personagens e narradores não devem ser reconhecíveis como tais numa narração.

    c) as palavras não são problemáticas quando se estabelece com acerto o ser do narrador.

    d) a fabulação de uma história começa pelo reconhecimento problemático do que seja a autoria.

    e) o livre arbítrio do narrador faz com que toda a narrativa se apresente como surreal.

Resposta: 1. d)

O Ensino Superior foi essencial para Clarice Lispector ter contato com filósofos complexos que influenciaram em sua carreira como escritora. Por isso, é importante escolher uma boa faculdade para que você se torne um ótimo profissional em qualquer área! Conheça universidades reconhecidas pelo Ministério da Educação que oferecem oportunidades e bolsas de estudos:

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