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Dicas

Como estudar História

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Estudar o passado pode ser muito agradável e útil, principalmente se

pudermos evitar de cometer os mesmos erros de nossos ancestrais.

Aprender com a experiência alheia é valioso.

Você deve analisar os eventos históricos, mas sem aquela preocupação de memorizá-los. A “decoreba” tornou-se raridade no vestibular, pois agora predominam questões interpretativas, mais subjetivas, opinativas… O examinador fornece-lhe um texto, escrito por algum historiador prestigiado tipo Eric Hobsbawn, Eduardo Galeano ou Leo Huberman, e você acaba induzido (canalizado) a assinalar a alternativa correta – espera-se.

Conhecer o fato histórico não basta; agora é necessário saber interpretá-lo de acordo com o matiz ideológico dos examinadores. Certas questões abordam críticas veladas (ou até declaradas) à globalização, ao neoliberalismo, etc. Até aí tudo bem, em História é realmente importante assumir um pensamento mais crítico, duvidar de certos posicionamentos tradicionais ou clássicos, mas, com isso, as provas ficaram bem subjetivas. Não há mais aquela objetividade dos antigos exames tipo “decoreba”.

Muitos vestibulandos já entraram em contato comigo, desesperados, porque não conseguiam compreender aonde o examinador queria chegar. Ficavam em dúvida entre duas alternativas, perdendo um tempão valioso.

O que fazer, então?

Resposta: devemos procurar conhecer ANTECIPADAMENTE as opiniões prevalecentes dos principais historiadores contemporâneos, como Eric Hobsbawn e outros. Assim, na hora “H” do vestibular, ganha-se um tempo valioso nas questões.

90% dos vestibulandos estudam História por meio de um único livro, mas essa decisão é arriscada, pois fica-se restrito a um único autor. Em Medicina, é sempre bom ter uma segunda opinião e, em História, não apenas uma segunda, mas também uma terceira, quarta, quinta, etc. Quanto mais pontos-de-vista diferentes você conhecer, mais traquejo você terá nas provas.

A melhor maneira de ganhar tempo nas questões de História é “perder tempo” estudando por dois livros, no mínimo. Quanto mais exposição você tiver à matéria, mais a prova tenderá a ser um passeio no parque.

Isso exigirá mais tempo de estudo, mas vale a pena, pois com isso você obterá um diferencial importante frente à concorrência mais acomodada. Você certamente obterá uma clara vantagem competitiva. Chamo a isso de obter MULTIVISÃO, ou seja, um conjunto de diferentes visões sobre um mesmo fato histórico. Quanto maior sua multivisão, melhor.

Tesouros do passado

Tesouro!

Será que livro de História necessita ser recente? Por incrível que pareça, não. Uma obra publicada em 1975 pode servir muito bem para os vestibulares atuais. Em Geografia, um livro de 1990 pode ser considerado antigo, obsoleto, defasado, pois ainda traria a velha União Soviética em seus textos e mapas.

Mas o mesmo NÃO se dá com um bom livro de História. Existe um livro antigo, mas EXCELENTE, chamado “Pequena História da Civilização Ocidental”, do Prof. Idel Becker. Trata-se de um tesouro do passado, pois seus textos são muito agradáveis de ler durante horas a fio.

Infelizmente, essa obra não é mais publicada, mas pode ser encontrada nos bons sebos a um preço bem acessível. Tenho um exemplar em casa, todo “detonado”, de tanto que usei e folheei. Recomendo de coração e com o hemisfério esquerdo do cérebro. 🙂 hehehe É realmente um livro excepcional. Valerá cada centavo investido.

Sua sétima edição tem 540 páginas, o tamanho assusta um pouco, mas dá para ler grandes volumes de texto em pouco tempo por causa do estilo agradável, claro e direto. O autor fez um trabalho nota mil.

O que me deixa intrigado é por que um livro tão finamente escrito e editado como esse nunca mais foi impresso. Será que a aparência volumosa, lembrando um “tijolo” de 540 páginas, o fez encalhar nas livrarias? Será que os leitores em potencial ficaram intimidados com o tamanho da publicação?

Seja como for, lamento que um livrão bacana desses tenha desaparecido do mercado editorial, pois merecia sobreviver.

Existem duas outras publicações de qualidade que sumiram do mercado (infelizmente) e agora somente são encontradas nos bons sebos. Ei-las:

– Nova História, autores: Adhemar Martins Marques e Ricardo de Moura Faria.

– História da América, autor: Florival Cáceres.

Os dois livros mencionados são concisos, diretos e prestam-se muito bem para uma rápida revisão da matéria. O “Nova História”, particularmente, condensa de modo magistral todo o conteúdo de História Geral e História do Brasil. Trata-se de uma obra completa.

Se você tiver a grata oportunidade de adquirir estes autênticos “tesouros do passado”, leia-os com todo o carinho e atenção, pois lhe darão uma boa vantagem competitiva. E, além disso, o custo de aquisição é baixo.

Esses livros antigos compõem o que chamo de “trio parada dura” para aprender História com força total. Tenho-os em casa e, de vez em quando, dou uma rápida revisada em alguns assuntos. Valorizo certas publicações antigas, da mesma maneira que, no Renascimento, os textos greco-latinos foram redescobertos e revalorizados. 🙂

Tesouros do presente

Há um site nota dez, o www.historianet.com.br , mantido pelo ótimo Prof. Cláudio Recco, que também é autor do livro “História e Vestibular”. O História Net disponibiliza, gratuitamente, uma grande quantidade de textos bem-escritos. É a melhor referência de História em língua portuguesa que conheci nos últimos tempos.

Livro “História e Vestibular” do Prof. Cláudio Recco

Considero o livro “História e Vestibular” uma importante referência para quem deseja se preparar bem para o vestibular. É um tesouro do presente.

Técnicas para estudar História

1) Faça resumos inteligentes: quando estudar um determinado tema (Revolução Francesa, Feudalismo, Renascimento, etc), focalize sua atenção nas causas e conseqüências de cada evento histórico. Quem lucrou? Quem perdeu? Como foi o processo, quais foram as ocorrências historicamente relevantes e que podem ser exploradas no vestibular?

2) Siga o dinheiro: ao longo dos tempos, sempre houve um pequeno grupo social que predominava e quase sempre se dava bem. Mas, não raro, a bonança durava no máximo alguns séculos; depois surgia uma nova classe social que ascendia e tomava o poder, por bem ou por mal. Algumas vezes, essa transição era relativamente lenta, tranqüila e negociada; em outras, foi violenta, gerou revoluções traumáticas e sanguinárias.

Para verdadeiramente entender os processos históricos, siga o dinheiro. Analise quem eram os detentores do poder econômico, pois os fenômenos políticos, militares e sociais geralmente escondem fortes interesses monetários. Uma classe com poder econômico raramente admitia ficar de fora das altas esferas políticas e sociais. Mais cedo ou mais tarde, os detentores do dinheiro acabavam por tomar o poder ou por influenciá-lo fortemente.

3) Pense o pior dos chamados “vultos históricos”, pois aí você terá um quadro realista do que aconteceu numa determinada época. A natureza básica do ser humana é essecialmente mesquinha e egoísta. Raras foram as manifestações de altruísmo e humanidade, infelizmente.

Os eventos “ganha-perde” foram muito mais numerosos do que os “ganha-ganha”. A predação e o parasitismo predominaram sobre a cooperação e a competição leal. Nossas vidas devem ser norteadas pelo sagrado princípio do “ganha-ganha”, mas infelizmente sempre existiram e existirão predadores, parasitas e criminosos em geral a esgarçar o tecido social.

Você notará, em seus estudos, que muitos buscaram prestígio, fama, grana, poder, etc, de modo maquiavélico, brutal e até mesmo doentio, esquecendo-se de priorizar o que realmente importa: a própria saúde e uma vida digna, ética, correta.

Um exemplo clássico dessa miopia é o do frio e cruel Stálin, que perseguiu e mandou eliminar milhões de pessoas inocentes. Tornou-se tão odiado e temido que, em 1953, ficou sofrendo durante dias como um cachorro, sem qualquer assistência médica, até finalmente falecer. Será que, em seu desvario e egoísmo, ele achava que era imortal, que nunca ficaria doente?

Outro triste exemplo é o de Alexandre, o Grande, que não era tão grande assim. Belicoso e autoritário, preferia guerrear/conquistar a negociar a paz. Aparentemente, gostava de lutar, talvez gostasse da adrenalina dos campos de batalha… O fato é que ficou guerreando durante doze longos anos até que foi quase mortalmente ferido no vale do rio Indo quando tentou conquistar a Índia, sem sucesso.

Morreu jovem, com apenas trinta e três anos de idade. Hábil estrategista militar, era, contudo, imaturo em diversos aspectos, principalmente na política. Falhou na consolidação não-violenta de suas conquistas. Nem sempre soube negociar e descuidou do mais importante: sua própria existência. Consta que um de seus generais, velho e experiente, proferiu o seguinte em seu discurso póstumo: “Pobre Alexandre! Ganhaste um vasto e rico império, mas perdeste a maior das conquistas: sua própria vida…”

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