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Comunidades Quilombolas: o que são, formação e organização

8 de agosto de 2023
Comunidades quilombolas: o que são, formação e organização
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Escrito porBárbara Liz

As comunidades quilombolas são espaços essenciais para a expressão cultural e aprendizado das nossas raízes de Matriz Africana. Há décadas essas localidades vem sendo cruciais para podermos reconhecer nossas origens e os costumes e tradições dos povos trazidos da África durante o período colonial.

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Ainda que sua formação seja advinda da triste condição de um estado escravagista na história do Brasil, é importante entendermos que os quilombos foram os espaços que deram os primeiros sinais de liberdade para os escravizados que conseguiam fugir de sua condição desumana de trabalho.

Infelizmente, devido a muita desinformação, muitos têm uma opinião errada e baseada em preconceitos a respeito dos quilombos e quilombolas. Hoje, vamos te explicar mais a fundo sobre estes espaços e seus residentes e sua importância social, que, por sinal, é muito expressiva.

No último Censo Demográfico, do ano de 2022, foi registrado que a população quilombola residente no Brasil é de 1.327.802 pessoas, correspondendo a 0,65% da população. Há 1.696 municípios com população quilombola e 473.970 domicílios particulares permanentes com moradores quilombolas.

A informação é importantíssima, considerando principalmente que pela primeira vez em um levantamento censitário, a população quilombola foi identificada, enquanto grupo étnico, algo importante para a representatividade e reconhecimento dessa parte da população.

Os quilombolas se identificam por todo o processo de formação desses quilombos, e especialmente pela resistência que eles representam. Venha conhecer mais sobre sua existência, organização e seu valor para o país.

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O que são as comunidades quilombolas?

Comunidades quilombolas são grupos étnico-raciais formados principalmente por descendentes de escravizados africanos que resistiram à escravidão e estabeleceram assentamentos autônomos conhecidos como quilombos.

Essas comunidades são encontradas principalmente em áreas rurais e remanescentes de quilombos históricos que se desenvolveram durante os séculos de escravidão no Brasil e em outros países da América Latina.

Os quilombos eram locais onde os africanos escravizados fugiam das fazendas e dos engenhos buscando liberdade e autonomia. Em muitos casos, eles conseguiram resistir com sucesso às tentativas de recaptura pelas autoridades coloniais e, assim, criaram comunidades independentes e autossuficientes, onde mantinham suas tradições culturais, línguas, crenças religiosas e sistemas sociais.

No Brasil, a história das comunidades quilombolas remonta ao período colonial, com muitos quilombos tendo sido formados entre os séculos XVI e XIX.

Após a abolição da escravidão em 1888, os descendentes desses quilombolas continuaram a viver nas áreas rurais e, ao longo do tempo, algumas dessas comunidades permaneceram intactas, enquanto outras foram deslocadas ou tiveram suas terras usurpadas.

Para proteger e reconhecer os direitos das comunidades quilombolas, foi promulgada a Constituição Federal do Brasil de 1988, que garantiu a elas a propriedade definitiva de suas terras ancestrais, o que é conhecido como “reconhecimento de território quilombola”.

Esse reconhecimento visa assegurar que essas comunidades possam continuar a viver em suas terras, preservando suas tradições culturais e históricas.

As comunidades quilombolas são reconhecidas como grupos étnico-raciais que fazem parte da diversidade cultural do Brasil e têm direitos específicos para preservar suas tradições, garantir o acesso à terra, à educação e a serviços básicos, bem como participar do processo de tomada de decisões que afetam suas comunidades.

O reconhecimento e a proteção das comunidades quilombolas são importantes para promover a igualdade, combater o racismo e preservar a rica herança cultural dessas populações.

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Como é a organização dos quilombos?

Comunidades quilombolas: o que são, formação e organização

A organização dos quilombos pode variar dependendo de cada comunidade, mas geralmente apresentam características sociais e estruturas específicas desenvolvidas para atender às necessidades e contextos locais. Aqui estão algumas das características comuns na organização dos quilombos:

  1. Liderança comunitária: Os quilombos costumam ter um líder ou liderança coletiva responsável por tomar decisões importantes, representar a comunidade perante as autoridades e coordenar as atividades comunitárias.

  2. Conselhos comunitários: Alguns quilombos têm conselhos comunitários, nos quais membros da comunidade participam e discutem questões importantes, tomam decisões coletivas e resolvem conflitos internos.

  3. Economia comunitária: Muitos quilombos têm uma economia baseada na agricultura familiar, pecuária, pesca, artesanato e outras atividades sustentáveis. Os membros da comunidade costumam compartilhar os recursos e trabalhar em conjunto para o bem-estar do grupo.

  4. Uso coletivo da terra: A terra é vista como um bem coletivo e muitas vezes é utilizada de forma comunitária, em vez de ser dividida em propriedades individuais.

  5. Cultura e tradições: Os quilombos valorizam e preservam suas tradições culturais, rituais, crenças religiosas, danças e músicas. Isso contribui para a identidade coletiva e fortalece os laços comunitários.

  6. Redes de solidariedade: Os quilombos frequentemente desenvolvem laços fortes de solidariedade entre seus membros, ajudando uns aos outros em tempos difíceis e compartilhando recursos e conhecimentos.

  7. Organização em associações: Muitas comunidades quilombolas têm associações formais para representação legal e para buscar o reconhecimento de seus direitos perante o governo e outras instituições.

  8. Transmissão de conhecimento: Conhecimentos tradicionais são transmitidos de geração em geração, garantindo a continuidade das práticas culturais e do modo de vida do quilombo.

É essencial observar que a organização dos quilombos pode ser diversificada e adaptar-se às mudanças sociais e econômicas. Algumas comunidades quilombolas também se envolvem em projetos de turismo comunitário ou ações para preservar o meio ambiente e promover o desenvolvimento sustentável em suas regiões.

Cada quilombo tem uma história única e um contexto específico, o que resulta em diferentes formas de organização e estruturação.

Como foi a formação dessas comunidades no Brasil?

Os quilombos se formaram no Brasil durante o período colonial, especialmente a partir dos séculos XVI até o XIX, quando a escravidão africana era predominante na colônia. A formação dos quilombos está associada à resistência dos africanos escravizados que fugiam das plantações, minas e engenhos em busca de liberdade e autonomia.

Os principais motivos que levaram à formação dos quilombos foram:

  1. Condições de trabalho extremamente severas e opressoras nas plantações e engenhos, onde os africanos eram submetidos a trabalhos forçados, castigos físicos e condições desumanas.

  2. A distância e a difícil comunicação com as cidades e centros urbanos favoreciam a fuga e a sobrevivência nas áreas rurais e de difícil acesso, onde muitos quilombos se estabeleceram.

  3. A diversidade de etnias e culturas africanas trazidas para o Brasil contribuiu para a criação de comunidades diversificadas, unindo diferentes grupos étnicos em busca de proteção e solidariedade.

Os quilombos variavam em tamanho e localização, podendo ser pequenos agrupamentos ou comunidades maiores com centenas de pessoas. Eles se escondiam em regiões de difícil acesso, como matas densas, serras, vales e áreas isoladas, o que dificultava a perseguição por parte das autoridades coloniais.

Veja os principais quilombos do país:

Alguns dos principais quilombos no Brasil incluem:

Quilombo dos Palmares: Considerado o maior e mais famoso quilombo, localizado na Serra da Barriga, em Alagoas. Foi liderado por líderes como Zumbi dos Palmares e Ganga Zumba e resistiu por décadas antes de ser completamente destruído pelas forças coloniais em 1694.

Quilombo do Ambrósio: Localizado em Minas Gerais, foi um dos primeiros quilombos a serem oficialmente reconhecidos pelo governo brasileiro.

Quilombo do Jabaquara: Localizado em Paraty, Rio de Janeiro, foi um dos últimos quilombos a serem exterminados pelas autoridades coloniais.

Quilombo do Cafundó: Localizado em São Paulo, ainda preserva tradições culturais africanas.

Quilombo do Campinho da Independência: Localizado no Rio de Janeiro, é uma das comunidades quilombolas mais antigas do país.

Importância da preservação dos Quilombos

Comunidades quilombolas: o que são, formação e organização
Foto: Renata Telles

Os quilombos têm uma importância histórica, cultural, social e política significativa nas sociedades onde surgiram. Abaixo estão algumas das principais razões pelas quais os quilombos são importantes e devem ser preservados:

  • Resistência à escravidão

Os quilombos foram espaços de resistência ao sistema escravista. Os africanos escravizados que conseguiram fugir para esses assentamentos buscavam a liberdade e a autonomia, rejeitando a opressão e a exploração que enfrentavam nas fazendas e engenhos.

  • Preservação das culturas africanas

Nos quilombos, os africanos mantinham suas tradições culturais, línguas, crenças religiosas, danças e músicas. Essa preservação cultural foi fundamental para a formação da identidade das comunidades quilombolas e para a preservação do legado africano nas Américas.

  • Formação de comunidades autônomas

Os quilombos eram espaços autônomos onde as comunidades podiam organizar-se de forma independente, tomando decisões coletivas e estabelecendo seus próprios sistemas sociais e econômicos.

  • Legado na luta contra a discriminação racial

A história dos quilombos é um símbolo poderoso da resistência contra a discriminação racial e da busca pela igualdade e justiça. A luta contra a escravidão e a opressão no passado continua a inspirar a luta por direitos e igualdade presentemente.

  • Reconhecimento dos direitos das comunidades quilombolas

Através do reconhecimento legal e constitucional, as comunidades quilombolas têm o direito à propriedade de suas terras ancestrais. Isso é essencial para garantir sua existência contínua, a preservação de suas culturas e a proteção contra a exploração de suas terras.

  • Contribuição para a diversidade cultural

As comunidades quilombolas são detentoras de uma rica diversidade cultural, transmitindo conhecimentos tradicionais, práticas agrícolas sustentáveis, remédios naturais e outras manifestações culturais valiosas para a sociedade em geral.

  • Turismo cultural e econômico

Em alguns casos, os quilombos também se tornaram destinos turísticos, atraindo visitantes interessados em conhecer e vivenciar a cultura e história dessas comunidades. Isso pode trazer benefícios econômicos para as comunidades locais.

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