O MITO DO ALIMENTO MÁGICO
“- Por que adicionar comidas boas a uma alimentação ruim não funciona” –
Assim como a troca do purificador de ar não evita a quebra de um carro que precisa desesperadamente de uma revisão, a adição de um alimento mágico à sua dieta também não evita que a sua saúde se quebre.
Você viu as manchetes sedutoras na sua revista favorita e na TV: “Repolho Cancela o Câncer!” “Chicoteie as Doenças Cardíacas com Vinho.” Se essas manchetes não estiverem falando de alimentos propriamente ditos, estarão promovendo algum componente saudável desses alimentos, como ômega-3, fibras ou antioxidantes.
Adicionar uma quantidade irrisória de alimento integral e saudável a uma dieta repleta de glutamato monossódico, açúcar, corantes artificiais e aromatizantes pode parecer uma boa idéia, mas na verdade, é como colocar perfume num porco. Ele poderá até cheirar bem, porém continuará a ser um porco, e, portanto, não será um partido disputadíssimo no baile das debutantes.
Da mesma forma, realizar pequenas mudanças na sua dieta através da adição do mais novo milagre alimentar não deverá trazer grandes benefícios. Então por que a mídia continua a alardear notícias de alimentos mágicos, e por que nós continuamos a cair nessa espécie de arapuca nutricional?
Bem-vindo ao mundo do Nutritenimento, essa mistura de notícias nutricionais divulgadas em formato de entretenimento, e rotuladas como “notícias que você pode usar”. Para compreender por que esse tipo de conselho nutricional é tão comum e tão popular, você precisa, primeiro, compreender o negócio das ‘notícias de saúde’.
A cada dia, existem centenas, talvez milhares de eventos notáveis no mundo dos alimentos e nutrição, que se qualificam como notícias. É da natureza humana e da economia de mercado que os indivíduos engajados nas ciências nutricionais queiram ver seu trabalho recompensado pela exposição na mídia.
Com freqüência, esses itens dignos de serem notícia são publicados em revistas médicas ou enviados à mídia como releases de imprensa. Às vezes uma empresa, digamos uma fabricante de cereais que deseja promover uma nova marca, escreverá um artigo que será assinado por um cientista que nem sequer participou da pesquisa, e que promove direta ou indiretamente o seu produto.
O artigo é encaminhado à mídia, onde ele pode ser publicado sem questionamentos ou alterações. Os consumidores de notícias preocupados com uma orientação saudável são levados, enganosamente, a acreditar que o artigo em questão é uma pesquisa totalmente isenta, realizada artesanalmente por um conhecido especialista na área de saúde. Nada poderia estar mais distante da verdade.
No lado da mídia, os exímios entendidos de saúde que de fato têm tempo para filtrar os montes de dados de pesquisas, e escrever artigos informativos e objetivos são muito raros. Mesmo na eventualidade que esse espécime raro exista, eles sabem que nem você, nem a maioria das pessoas, leriam um artigo intitulado “Resultados da imunocompetência e estado nutricional na gero-reabilitação hospitalar”, mas ficariam doidinhos se lessem “Couve-Flor:
A Cura do Câncer Colo-Retal?” De repente, surge um pico nas vendas de couve-flor, conforme as pessoas correm para adicionar a bola da vez entre os alimentos mágicos às suas dietas não tão saudáveis. A triste verdade é que a couve-flor sozinha, provavelmente, não conferirá nenhum benefício adicional à saúde, se você a está fritando em óleo de milho e matando sua sede com refrigerante.
O outro aspecto preocupante do Nutritenimento é o relacionamento suspeito entre os departamentos comerciais e editoriais nas empresas modernas de mídia. Os defensores da mídia argumentarão que segundo a ética jornalística, os anúncios não podem influenciar o conteúdo editorial, mas isso, simplesmente, não é verdade.
Até mesmo uma análise casual do conteúdo de matérias versus anúncios sobre nutrição, tanto na mídia escrita quanto eletrônica, revelará mais de um exemplo de artigos que elogiam as empresas cujas verbas de publicidade pagam as suas contas.
Para ver mudanças reais no estado de sua saúde nutricional, é preciso um comprometimento com uma mudança alimentar completa. E a diminuição do stress, a atividade física, o equilíbrio emocional e o senso de realização que aparecem quando fazemos aquilo que amamos, além de um saudável retorno do seu investimento, estão garantidos. Sim, parece um bocado de trabalho, mas é porque assim realmente funciona.
“E é muitíssimo melhor que couve-flor frita com Coca Cola.”
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