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Narração: O que é, tipos, elementos, estrutura e exemplos

25 de setembro de 2015
narração
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Escrito porRedação

Narrar é contar uma história, seja ela real ou fictícia, envolvendo um personagem, contexto, tempo e lugar específicos. Esse relato pode ser feito de forma oral, por meio da fala, ou escrito, utilizando palavras para descrever os eventos e envolver o leitor ou ouvinte na trama narrativa. A narrativa é uma forma poderosa de transmitir ideias, emoções e experiências.

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Quem assume esse papel de contar a estória é sempre chamado de narrador. Sendo assim, praticamente a todo momento estamos presenciando ou relatando uma narração.

Mas como isso cai no meu vestibular? O que eu preciso saber sobre narração? Muitas coisas! Então é melhor você continuar essa leitura.

O que é uma narração?

Uma narração consiste em um tipo de texto que relata uma história, podendo ser real, fictícia ou uma combinação entre fatos reais e imaginários. O texto narrativo inclui personagens que interagem em um cenário específico e período temporal, tudo isso articulado pela voz do narrador, que é crucial para o desenrolar da história.

Embora a narração siga a sequência dos eventos, isso não implica necessariamente em uma progressão linear. Em outras palavras, uma narrativa não está obrigada a seguir a ordem cronológica dos acontecimentos.

Tipos de Narração

A narração apresenta-se em diversos tipos textuais:

  • Conto: Narrativa curta, real ou fictícia, com poucos personagens e tempo reduzido, abrangendo situações reais ou ficcionais, em cronologia ou tempo psicológico.
  • Crônica: Narrativa informal sobre eventos cotidianos, com tom irônico ou sarcástico, abrangendo um período breve, até questões de minutos.
  • Fábula: Narrativa com mensagem moral, muitas vezes com personagens não-humanos, comportando-se de forma semelhante aos humanos.
  • Novela: Narrativa mais longa centrada no protagonista, embora possa ter outros personagens, geralmente com um único núcleo acompanhando a trajetória do protagonista.
  • Romance: Narrativa extensa com várias tramas, envolvendo um núcleo principal, mas não único, cheio de personagens e detalhes complexos.

Estrutura de um Texto Narrativo

A estrutura primária de um texto narrativo abrange a introdução, o desenvolvimento e a conclusão, garantindo assim um início, meio e fim ao texto. Dentro dessa organização narrativa, são destacados os elementos essenciais da narrativa, como espaço, tempo, personagens, enredo e narrador.

  1. Introdução ou Apresentação: O início do texto onde são apresentados o contexto, os personagens principais e o cenário onde a história se passa.
  2. Desenvolvimento: É a parte principal da história, onde ocorre a sequência de eventos. Aqui se desenrola a trama, os conflitos são apresentados e desenvolvidos, e os personagens interagem.
  3. Clímax: O ponto alto da história, o momento de maior tensão, onde os conflitos atingem seu auge e a situação se torna mais intensa. É o ponto decisivo na trama.
  4. Desfecho ou Conclusão: É a parte final da história, onde os conflitos são resolvidos, as questões levantadas ao longo do texto são respondidas e a história chega a uma conclusão.
  5. Epílogo (opcional): Uma seção adicional que fornece insights adicionais após o desfecho.

Elementos do Texto Narrativo 

Todo texto narrativo, seja oral ou escrito, tem a presença de certos elementos que o caracterizam como uma narração e a tornam coerente e interessante. No total, são cinco elementos que formam uma narrativa:

Personagem

Personagens em um texto narrativo são os indivíduos, animais, seres ou entidades que desempenham papéis específicos na história. Eles são essenciais para impulsionar a trama, interagir entre si e com o ambiente, dando vida e profundidade à narrativa.

Os personagens possuem características distintas, como personalidade, motivações, desejos, conflitos internos e externos, que os tornam únicos e ajudam a moldar o desenrolar da história. Eles podem ser:

  1. Personagem Linear: Mantém traços consistentes do início ao fim, sem mudanças ao longo da história em resposta às circunstâncias.
  2. Personagem Complexa: Sofre transformações, reagindo e evoluindo devido às circunstâncias narrativas. Inicia e termina de forma distinta.
  3. Tipo e Caricatura: Personagens são classificados como tipos, com características comuns e típicas, ou caricaturas, com traços exagerados e satíricos.
  4. Personagens Não-Humanas: Incluem seres não humanos que agem como humanos, podendo ser objetos animados ou animais antropomorfizados.
  5. Principais e Secundárias: Personagens são divididos em principais (protagonistas e antagonistas, impulsionando a narrativa) e secundários (coadjuvantes e figurantes, com papéis menores).
  6. Protagonistas e Antagonistas: Protagonistas buscam, tentam e alcançam objetivos, enquanto antagonistas atrapalham e dificultam essas ações. Coadjuvantes apoiam as ações principais, e figurantes contribuem para a ambientação.

Enredo

Refere-se à sequência de eventos que compõem a história. Isso inclui a introdução dos personagens, a apresentação do conflito, o desenvolvimento da trama, o clímax (ponto de maior intensidade) e a resolução.

Tempo

Na narrativa, o tempo diz respeito à extensão das ações e à evolução dos eventos ao longo da história. Ele é dividido em:

  • Tempo Cronológico: A narrativa segue a sequência temporal convencional dos fatos, indo do passado ao presente e ao futuro.
  • Tempo Psicológico: O narrador conta a história alinhado com as memórias e perspectivas do personagem, focando nas lembranças e experiências mentais desse indivíduo.

Espaço

O espaço em textos narrativos se refere ao cenário ou ambiente onde a história se desenrola. É o local físico, social ou até mesmo psicológico onde os eventos acontecem e onde os personagens interagem.

O espaço pode influenciar diretamente os eventos, contribuindo para o desenvolvimento da trama e fornecendo informações importantes sobre os personagens e a cultura representada na história.

O espaço no texto narrativo pode ser classificado como:

  • Cenário Decorativo: Serve como um pano de fundo, oferecendo contexto espacial para os eventos narrados. Seu propósito principal é fornecer um local de referência, destacando quem está envolvido na história, sem desempenhar um papel ativo ou determinante na trama.
  • Cenário Funcional: Desempenha um papel ativo na narrativa. Não é apenas um ambiente estático, mas sim um espaço que influencia diretamente a história, seja ao antecipar ações dos personagens ou ao enquadrar o local onde os eventos se desenrolam, desempenhando um papel significativo na progressão da trama.
  • Espaço Físico: Refere-se aos aspectos naturais e geográficos do ambiente onde a história se passa. São os domínios da natureza, como paisagens, áreas geográficas, elementos físicos do ambiente que compõem o cenário.
  • Espaço Social: Diz respeito aos limites culturais e sociais presentes na narrativa. Engloba os ambientes humanos, como sociedades, estruturas sociais, contextos culturais, espaços urbanos e diferentes estratos sociais, como salões, saraus, teatros, cortiços, entre outros. Esses ambientes sociais moldam as interações e relações entre os personagens, refletindo as nuances da vida em sociedade.


Narrador


O narrador é a voz que conta a história dentro do texto narrativo, responsável por conduzir o leitor através dos eventos, moldar a atmosfera e oferecer diferentes camadas de significado à narrativa.

O papel do narrador é crucial, pois ele determina o ponto de vista através do qual a história é apresentada, influenciando a perspectiva, a profundidade e a confiabilidade da narrativa. Ele pode ter conhecimento limitado ou total dos eventos, estar presente em todos os momentos da história ou apenas em alguns, e pode possuir diferentes graus de subjetividade na maneira como interpreta os eventos ou os personagens.

Narrador participante

Também conhecido como narrador personagem, ele é o que conta a história e faz parte dela. Neste caso a  narração é feita na 1ª pessoa do singular (eu) ou do plural (nós).

Exemplo: “Felicidade clandestina”, de Clarice Lispector

“No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.”

Narrador observador

Esse está distante do que se narra, não faz parte da história, apenas observa e narra os fatos. Neste caso, a narração é feita na 3ª pessoa do singular (ele) ou do plural (eles).

Exemplo: conto “Baleia”, de Graciliano Ramos

“Por isso Fabiano imaginara que ela estivesse com um princípio de hidrofobia e amarrara-lhe no pescoço um rosário de sabugos de milho queimados. Mas baleia, sempre de mal a pior, roçava-se nas estacas do curral ou metia-se no mato, impaciente, enxotava os mosquitos sacudindo as orelhas murchas, agitando a cauda pelada e curta, grossa na base, cheia de roscas, semelhante a uma cauda de cascavel.

Então Fabiano resolveu matá-la. Foi buscar a espingarda de pederneira, lixou-a, limpou-a com o saca-trapo e fez tenção de carregá-la bem para a cachorra não sofrer muito.”

Narrador onisciente

O narrador onisciente é aquele que sabe de tudo do passado, presente e futuro, além dos pensamentos, sentimentos e ações dos personagens.

Normalmente narra em 3ª pessoa e a sua voz, em alguns casos, pode ser confundida com a dos personagens quando ele narra o pensamento deles.

Exemplo: conto “Amor”, de Clarice Lispector

“No fundo, Ana sempre tivera necessidade de sentir a raiz firme das coisas. E isso um lar perplexamente lhe dera. Por caminhos tortos, viera a cair num destino de mulher, com a surpresa de nele caber como se o tivesse inventado. O homem com quem casara era um homem verdadeiro, os filhos que tivera eram filhos verdadeiros. Sua juventude anterior parecia-lhe estranha como uma doença de vida. Dela havia aos poucos emergido para descobrir que também sem a felicidade se vivia: abolindo-a, encontrara uma legião de pessoas, antes invisíveis, que viviam como quem trabalha — com persistência, continuidade, alegria. O que sucedera a Ana antes de ter o lar estava para sempre fora de seu alcance: uma exaltação perturbada que tantas vezes se confundira com felicidade insuportável. Criara em troca algo enfim compreensível, uma vida de adulto. Assim ela o quisera e o escolhera.”

Tipos de discursos

Durante a narração é comum que o narrador insira na estória a fala dos personagens, a voz deles. Chamamos esse momento de discurso e eles podem ser classificados de duas maneiras:

  • Discurso direto: Quando o narrador demarca de maneira bem clara a entrada da fala da personagem. Há uma quebra na escrita do texto e o uso do travessão ou aspas.
  • Discurso indireto: Neste caso, a fala da personagem aparece em meio ao texto do narrador. Não há transição de forma demarcada. A fala da personagem segue junto com a fala do narrador, sem travessão ou aspas.

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