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Geografia

ISLAMISMO

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O Ocidente tende a ver de modo relativamente homogéneo o mundo islâmico. Mas dois aspectos devem ser diferenciados: um é a religião islâmica e o outro são as correntes fundamentalistas dentro do islamismo, uma fatia minoritária que ganhou enorme visibilidade nos dias de hoje.

A NOTÁVEL EXPANSÃO

O islamismo é uma das três grandes religiões monoteístas, ao lado do cristianismo e do judaísmo. Com 1,2 bilhão de fiéis, é a segunda em número de adeptos e a que mais se expande.

No islamismo, a fé sempre esteve associada à conquista de novos adeptos, daí sua notável expansão histórica. O avanço atual ocorre nos países pobres, onde já é dominante, e as altas taxas de natalidade funcionam como um impulso natural para o incremento.

Além disso, o Islã é visto como único contraponto à visão ocidental. Sua doutrina conservadora – em relação aos padrões ocidentais – tem sido um atrativo para camadas desfavorecidas.

O BERÇO DO ISLÃ

A doutrina islâmica se baseia nos ensinamentos de Mohamed (570-632), conhecido no Ocidente pelo nome de Maomé. A palavra islã significa “submeter-se” e exprime a obediência à lei e à vontade de Alá (Deus em árabe). Muslim, a palavra árabe que originou o termo muçulmano, designa aquele que se subordina a Deus.

Nascido em Meca, numa família de mercadores, Mohamed começou sua pregação aos 40 anos, na região onde está a Arábia Saudita. Segundo a tradição, o arcanjo Gabriel lhe revelou a existência de um Deus único.

Perseguido em Meca por sua mensagem monoteísta, emigrou para Medina em 622. Essa viagem, chamada Hégira, marca o início da era islâmica. Mohamed morreu no ano 632 como líder de uma religião em expansão e de um império que florescia.

Com o objetivo de difundir a fé islâmica, exércitos árabes partiram para a tomada de novos territórios na Ásia, na África e na Europa. Além de converterem as populações conquistadas ao islamismo, propagaram a cultura árabe.

Após atingir o apogeu, por volta de 750 d.C. — ocupando desde a península Ibérica até o norte do Subcontinente Indiano, passando pela África do Norte e pelo Oriente Médio -, o Império Árabe entrou em decadência até a derrota final para os mongóis, no século XIII.

PRINCÍPIOS DA FÉ

Os principais ensinamentos do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos, são a onipotência de Deus e a necessidade de bondade, generosidade e justiça. A vida religiosa do muçulmano é regida pela Sharia, lei que define normas de condura, além dos chamados pilares da religião.

O primeiro pilar do islamismo é a profissão de fé: “Não há outro Deus a não ser Alá, e Maomé é seu profeta”. O segundo são as cinco orações diárias. O terceiro é uma taxa anual chamada zakat. O quarto é o jejum diurno durante o Ramada. O quinto pilar é a peregrinação a Meca.

Algumas correntes do islamismo adotam um sexto e polêmico pilar, a jihad, palavra traduzida geralmente como “guerra santa”. Na origem, o conceito se referia à guerra interior do fiel para alcançar a plenitude. Com o tempo, passou a ser usada no sentido mais literal de guerra com armas para difundir os princípios do Islã, o que não é aceito por toda a comunidade islâmica.

O FUNDAMENTALISMO

A ascensão do aiatolá Khomeini ao poder no Ira (1979) contribuiu para a disseminação do fundamentalismo islâmico. Ele transformou o país numa teocracia e elegeu os Estados Unidos como “grande Satã”, a ser combatido. A expressão fundamentalismo se refere a uma leitura literal e imutável dos preceitos da religião.

Na esteira da Revolução Islâmica iraniana surgiram vários grupos fundamentalistas, como o palestino Hamas, o mais atuante nos territórios ocupados por Israel, o Grupo Islâmico Armado (GIA), na Argélia, e a organização Al Qaeda, de Osama bin Laden, acusada pêlos atentados terroristas aos EUA. Todos adoram a religião como “arma” contra seus supostos opressores.

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