Medicina de urgência e emergência
O crescimento da demanda por atendimentos de urgência e emergência,
sobrecarregando os serviços de emergências, ocorre devido ao aumento
dos acidentes automotores nos grandes centros, violência urbana,
empobrecimento da população, redução crescente dos consultórios médicos
e insuficiência na estruturação da rede básica, dentre outros.
A morbimortalidade, nas áreas das emergências, é crescente e
assustadora, não importando se o atendimento é feito nas pequenas
cidades ou nos grandes centros urbanos, onde existe tecnologia a favor
da medicina. Fica aqui, já de imediato, a pergunta: por que isso
acontece?
Historicamente, a área das emergências sempre foi relegada a um
segundo plano pelos administradores, diretores, e muitos eram médicos,
sendo a pior área, nos fundos do hospital ou em área menos nobre. Esse
sentimento podemos estender às entidades médicas, escolas de medicina e
governos de saúde municipal, estadual e federal, que pouco fizeram por
essa fatia da medicina, nas décadas passadas, mas que hoje começam a
desenvolver, felizmente, um movimento pró-ativo, uma real preocupação
com as emergências.
A introdução de disciplina de Urgência/Emergências, nos currículuns
das escolas médicas, criação dos Samus nas grandes cidades,
investimento em recursos para as emergências são exemplos disso. O que
não observamos, certamente, é o mais importante, os investimentos na
formação do profissional, do médico emergencista, do especialista com
treinamento específico.
Em todas as áreas da saúde, nas situações desprovidas de riscos
maiores, o paciente escolhe seu médico, marca a sua hora. Na
emergência, isso não acontece. O evento inesperado de risco de morte
acontece a qualquer hora, seja em pessoas sabidamente doentes ou
hígidas previamente. Resta a estas pessoas a única alternativa, correr
para um serviço de emergência mais próximo e entregar-se ao primeiro
médico, lançando sua sorte.
Onde deveria haver um especialista da área,
com formação específica, experiente, com decisões rápidas e precisas
para o sucesso do atendimento, lamentavelmente, muitas das vezes ali
está um médico jovem, em início de carreira, sem residência médica ou
não concluída, despreparado e sem experiência ou médicos de outras
áreas, que alí estão para uma complementação de renda, por força de um
mercado congestionado e competitivo, sem nenhum espírito de
emergencista e, da mesma forma, sem nenhum ou mínimo treinamento. E o
que é pior correndo risco de processos por má prática e colocando em
risco a vida de pessoas.
Devido ao atendimento precário oferecido pela rede básica de saúde,
nos seus postos, há milhares de atendimentos de baixa complexidade nos
serviços de emergências dos hospitais, sobrecarregando-os. O grande
problema é quando se trata de situações de média ou alta complexidade.
Estes pacientes deveriam ser atendidos por um “staff“ disponível e
especificamente treinado, como o que acontece nos países desenvolvidos
e em outros em desenvolvimento. No Brasil, temos a Associação
Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) e diversas Regionais
como a Sociedade Cearense de Medicina de Emergência (Socemu) e a
Associação de Medicina de Emergência do Rio Grande do Sul (Amers).
Entidades reconhecidas internacionalmente e atuantes nos órgãos
competentes visando ao reconhecimento da especialidade e à
oficialização, perante o Ministério da Educação, das residências
médicas.
O Ceará, com sua característica pioneira, destaca-se com a primeira
residência em Medicina de Emergência do Norte-Nordeste e a segunda do
País, contando hoje com oito residentes, que estão sendo formados
dentro de um alto padrão de qualidade. Vale enfatizar aqui os esforços
da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), que fundou este curso e não
mede esforços para implementar a formação do médico emergencista como
política de governo. Nossos residentes farão intercâmbio com os mais
renomados serviços de emergência do Brasil e do mundo. Nesse momento,
duas residentes encontram-se na Universidade de Nova York passando pelo
seu serviço de emergência.
O cenário negativo precisa mudar, precisamos legislar a favor da
qualidade e da segurança do atendimento. Se tivermos em cada serviço de
emergência deste país um especialista, já será uma grande conquista e
uma certeza de um futuro promissor para os nossos pacientes. Portanto,
é importante que tanto as sociedades médicas como a sociedade civil
cobrem de maneira enfática a criação da especialidade de emergências
médicas para a própria segurança de nossos filhos e familiares.
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