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Realismo e Naturalismo

Realismo e Naturalismo

Apesar de serem movimentos diferentes, o Realismo e o Naturalismo costumam ser explicados juntos, pois são como um complemento um do outro, e em aspectos gerais, possuem objetivos semelhantes.

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Os dois movimentos, ambos artísticos e literários, tinham o objetivo de retratar a realidade de forma objetiva e crua.

Porém, enquanto o Realismo buscava descrever a vida comum, abordando temas como a vida urbana e a classe trabalhadora, o Naturalismo levou essa busca pela objetividade ainda mais longe, retratando a influência do meio biológico e social na vida humana.

Vamos nos aprofundar sobre as características do realismo e naturalismo, além das obras e autores de cada movimento.

Realismo

O Realismo foi um movimento literário e artístico que surgiu na Europa no século XIX, como uma reação ao Romantismo. O principal objetivo dos realistas era retratar a realidade tal como ela é, sem idealizações ou exageros.

Dessa forma, as obras realistas apresentavam personagens e situações comuns do cotidiano, abordando temas como a vida urbana, a classe trabalhadora, a burocracia, a política, entre outros.

Além disso, os realistas valorizavam a observação direta da natureza e da sociedade, buscando a objetividade e a precisão nas descrições.

O Realismo teve grande impacto na literatura, pintura, escultura, teatro e cinema, e seus principais representantes incluem escritores como Gustave Flaubert e Machado de Assis, e artistas como Gustave Courbet, Jean-François Millet e Édouard Manet.

Surgimento

Realismo e Naturalismo - Madame Bovary

O movimento surgiu na metade do século XIX, como dissemos anteriormente.

Seu contexto histórico indica que foi uma reação à idealização existente no romantismo, que falava diretamente com a alta classe burguesa da sociedade, tanto na Europa como no Brasil.

O Realismo buscava traçar a parte menos abastada da sociedade, retratar a classe trabalhadora, a classe média e os pobres.

O próprio autor Eça de Queiroz falou sobre o movimento:

“O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento; o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para condenar o que houve de mau na nossa sociedade.

Eça de Queirós

Na Europa, o grande marco do Realismo foi a obra “Madame Bouvary” (1857), do autor Gustave Flaubert.

Realismo no Brasil

No Brasil, o Realismo teve início com Machado de Assis, no momento em que o escritor, até então, autor também do Romantismo, publicou a obra Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881).

Realismo e Naturalismo - Memórias Póstumas de Brás Cubas

Características do Realismo

  • Representação objetiva da realidade
  • Abordagem de temas do cotidiano
  • Foco na classe trabalhadora
  • Narrativas lineares e realistas
  • Valorização da observação direta da natureza e da sociedade
  • Precisão nas descrições
  • Crítica social e política
  • Traço de ironia nas descrições e narrativas.
  • Linguagem clara e concisa
  • Busca pela verossimilhança
  • Valorização da ciência e da razão
  • Rejeição do idealismo e do subjetivismo romântico.

Obras do Realismo

Realismo e Naturalismo - Gustave Coubert

Gustave Courbet | The Desperate Man, 1843. Óleo sobre tela. Coleção particular.

Literatura:

Madame Bovary (1857), de Gustave Flaubert

A Educação Sentimental (1869), de Gustave Flaubert

Salambô (1862), de Gustave Flaubert

Os Irmãos Karamázov (1880), de Fiódor Dostoiévski

Crime e Castigo (1866), de Fiódor Dostoiévski

Guerra e Paz (1865), de Liev Tolstói

Anna Karenina (1877), Liev Tolstói

No Brasil:

  • Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
  • Dom Casmurro, de Machado de Assis
  • Inocência (1872), de Visconde de Taunay

Pintura:

Gustave Courbet

  • Os quebradores de pedras (1849)
  • Um funeral em Ornans (1849)
  • Bom dia, senhor Courbet (1854)
  • O ateliê do artista (1854)
  • O sono (1866)
  • A Origem do Mundo (1866)
  • O mar tormentoso (1870)

Jean-François Millet

  • O aventador (1848)
  • O semeador (1850)
  • Os catadores (1857)
  • O Angelus (1857)
  • Os coletores de ninhos (1874)

Edouard Manet

  • O cantor espanhol (1860)
  • Música dos Jardins dos Tulherias (1862)
  • Olímpia (1863)
  • Almoço na relva (1863)
  • Le Balcon (1868)

Honoré Daumier

  • Gargântua (1831)
  • Abaixem a cortina, a farsa acabou (1834)
  • O melodrama (1860)
  • O vagão da terceira classe (1864)
  • O levantamento (1870)
  • O conselho de guerra (1872)

Théodore Rousseau

  • Mercado na Normandia (1848)
  • A aldeia de Barbizon (1850)
  • Pôr do Sol sobre a floresta (1866)
  • O Sol perto de Arbone (1868)

Jules Breton

  • Representação de um calvário (1858)
  • O fim de um dia de trabalho (1867)
  • Arco-iris no céu (1883)
  • A canção da Cotovia (1884)
  • Verão (1891)

Jean-Baptiste Camille Corot

  • La Rochelle entrada do porto (1851)
  • Lembranças de Mortefontaine (1864)
  • Ville de’Avray (1867)
  • Vacas numa paisagem pantanosa (1870)

Adolph Menzel

  • A janela francesa (1845)
  • Sala de estar com irmã de Menzel (1847)
  • Entardecer nos jardins dos Tulherias (1867)
  • Voltaire na corte de Frederico II (1849)
  • Concerto de flauta (1852)

Edward Hopper

  • Noite azul (1914)
  • Sombras da noite (1921)
  • Moça na máquina de costura (1921)
  • Casa perto da estrada de ferro (1925)
  • Automat (1927)

Naturalismo

O Naturalismo foi um movimento literário e artístico que surgiu na Europa no final do século XIX, como uma continuação do Realismo. Os naturalistas acreditavam que a vida humana era determinada por forças biológicas e sociais, e que as pessoas eram produto do meio em que viviam.

Por isso, as obras naturalistas retratavam a realidade de forma ainda mais crua e objetiva do que o Realismo, muitas vezes abordando temas considerados tabus, como a sexualidade e a violência.

Além disso, os naturalistas valorizavam a experimentação científica, buscando uma análise minuciosa da realidade e a utilização de técnicas narrativas que permitissem uma representação fiel da vida.

O Naturalismo também foi um grande influente nas ares, como a literatura e a pintura, e seus principais representantes foram: Émile Zola, Aluísio Azevedo e José Maria Eça de Queirós, e artistas como Jules Bastien-Lepage e Jean-Léon Gérôme

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Surgimento

O Naturalismo, apesar de também ter surgido em meados do século XIX, vem em seguida do Realismo, como um complemento uma forma mais aprofundada ainda de se observar o homem e o meio onde vive.

Ele se desenvolveu principalmente na literatura, mas também influenciou outras áreas, como a filosofia e as artes visuais. O movimento foi impulsionado pela crescente influência da ciência e da tecnologia na sociedade, que levou muitos escritores a explorar temas como o determinismo biológico, o materialismo e o experimentalismo.

Características do Naturalismo

  • Determinismo: O naturalismo acredita que os seres humanos são controlados por forças naturais e biológicas, como a hereditariedade e o ambiente físico e social.
  • Pessimismo: O naturalismo muitas vezes retrata o mundo como um lugar hostil e sem sentido, onde a luta pela sobrevivência é brutal e sem fim.
  • Materialismo: O naturalismo enfatiza a importância do mundo material e da natureza, em contraste com a espiritualidade ou o sobrenatural.
  • Experimentalismo: O naturalismo valoriza a observação científica e a experimentação empírica, em contraste com a intuição ou a crença.
  • Anti-romantismo: O naturalismo rejeita a idealização romântica do mundo e da natureza, e enfatiza a luta e a brutalidade da vida real.

Obras do Naturalismo

Literatura

  •  O romance experimental (1867), de Émile Zola
  • “A Taberna (1886), de Émile Zola
  • Naná (1880), de Émile Zola
  • Germinal (1885), de Émile Zola
  • A besta humana (1890), de Émile Zola
  • J’accuse (1898), de Émile Zola

No Brasil:

  • O mulato (1881), de Aluísio Azevedo
  • Casa de pensão (1884), de Aluísio Azevedo
  • Um homem gasto (1885), de Ferreira Leal
  • O Ateneu (1888), de Raul Pompeia
  • A carne (1888), de Júlio Ribeiro
  • O cortiço (1890), de Aluísio Azevedo
  • Bom-crioulo (1895), de Adolfo Caminha
  • A falência (1901), de Júlia Lopes de Almeida

Pintura

William Bliss Baker

  • Floresta Negra (data desconhecida)
  • Vista para o rio (1877)
  • Porto de Nova Iorque (1883)



Gustave Coubert

  • O Vale do Loue pelo céu tempestuoso
  • O litoral em Palavras ou o artista em frente ao mar (1854)
  • Chalé na Suíça (1874).



Henri Biva

  • As brumas (1909)
  • Manhã em Villeneuve (1906)
  • A tarde em Villeneuve-l’Étang (1907).


Jules Breton

  • Plantação de um calvário (1858)
  • A Festa de São João (1875)
  • Através dos campos (1887).



Charles Cottet

  • Vista de Veneza do mar (1896)
  • Pequena vila em Paris (1905)
  • Raios do sol (1892).

Jules Adler

  • Noite de verão em Paris (1901)
  • Neve (1929)
  • Fazendeiro em Saint-Valbert (1902).



    Eugène Burnand
  • Principais obras: O camponês (1874)
  • Vista da Villa Doria Pamphilij (1875)
  • Panorama dos Alpes Suíços (1892)

Julien Dupré

  • O ceifador (1881)
  • Retornando para a fazenda (1895)
  • Mulher camponesa alimentando galinhas (data desconhecida)

Emile Friant

  • A expiação (1908)
  • Os amantes (1888)
  • Dor (1898)

Carlos António Rodrigues dos Reis

  • Aurora (1892)
  •  As engomadeiras (1915)
  • Depois da Trovoada (1891)

Realismo X Naturalismo

O realismo e o naturalismo são movimentos literários relacionados, mas há algumas diferenças importantes entre eles:

  1. Foco: O realismo foca na representação objetiva e fiel da realidade, enquanto o naturalismo tem um foco mais estreito na influência dos fatores biológicos e ambientais na vida humana.
  2. Abordagem: O realismo tende a ser mais descritivo e menos teórico do que o naturalismo, que muitas vezes tenta explicar e sistematizar as forças que moldam o comportamento humano.
  3. Visão da humanidade: O realismo retrata a humanidade de forma geralmente positiva, enquanto o naturalismo tende a ser mais pessimista, retratando a humanidade como vítima das forças naturais e sociais que a cercam.
  4. Estilo literário: O realismo tende a ser mais simples e direto, enquanto o naturalismo muitas vezes emprega uma linguagem mais científica e descritiva.

Em resumo, enquanto o realismo enfatiza a representação fiel da realidade em geral, o naturalismo se concentra em como a vida humana é influenciada por fatores biológicos e sociais específicos.

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