Trote é controlado dentro das universidades
A euforia da aprovação no vestibular é geralmente seguida de uma
comemoração. A expectativa de conhecer a instituição, fazer novas
amizades e dar início a um traçado de futuro profissional, nem sempre
vem acompanhada de uma boa recepção por parte de quem irá acompanhar
esse processo por alguns anos.
Embora abolido e condenado na maioria
das instituições de ensino superior, o trote estudantil ainda é uma
realidade, que acontece muitas vezes sob a proteção do teto das
repúblicas. Esta semana, o trote aplicado por veteranos em calouros do
curso de Medicina Veterinária de uma faculdade particular em Leme,
virou caso de polícia e quase terminou em tragédia.
Dois estudantes
foram internados com coma alcoólico, lesões e dores por todo o corpo.
Um deles disse ter apanhado com chicote e sido jogado em uma vala de
esgoto, onde havia uma mistura de esterco, fezes e restos de animais em
decomposição.
Em Piracicaba, as instituições de ensino superior proíbem
os trotes em suas dependências, mas nas ruas, é comum nesta época e no
meio do ano observar calouros pedindo esmolas nos semáforos, dançando e
aceitando humilhações. Embora afirmem que condenam o trote como uma
forma de violência e humilhação, registrando essa proibição em seus
estatutos, as universidades e faculdades de Piracicaba admitem que não
há como administrar o que acontece fora de seus portões. Por outro
lado, há calouros que esperam algum tipo de recepção por parte dos
veteranos. Pintar o rosto é, para muitos, considerado um trote leve.
LIVRE.
Na Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), o trote foi
abolido em todos os campi em 1998, inclusive nas dependências externas,
como estacionamentos, centro comercial e áreas de acesso entre os
blocos. “Há 10 anos desenvolvemos um trabalho de formiguinhas para a
conscientização dos nossos estudantes, acreditamos que o veterano que
não recebe o trote, também não o aplica. Coibir totalmente é difícil, o
próprio calouro cria a expectativa da pintura no rosto, às vezes a
própria família o pinta, mas tem aquele que não quer e precisa ter seu
direito respeitado”, disse Lúcio Marcos Teixeira, coordenador do
processo seletivo da Unimep.
A universidade mantém uma comissão de
integração entre alunos, funcionários e professores, que promove uma
série de atividades a cada novo início de aulas. Alguns cursos, como os
de Fisioterapia e Psicologia, realizam o trote solidário, outras formas
de cultura de cidadania entre os estudantes.
A mesma coisa acontece no
curso de Engenharia Ambiental da EEP (Escola de Engenharia de
Piracicaba). Os alunos do curso aplicam o trote ecológico, incentivando
o plantio de mudas de árvores nativas em terreno cedido pela própria
faculdade. Segundo o diretor acadêmico da EEP, José Carlos Chitolina,
disse que a instituição costuma enviar cartas aos alunos alertando e
orientando sobre as consequências legais das manifestações violentas e
humilhantes de recepção de calouros. “É difícil controlar os exageros
fora da faculdade, mas nas dependências é proibido.
É evidente que, se
há extrapolação e houver identificação dos acusados, tomamos as
providências cabíveis, mas não temos registro disso”, comentou. A Fatep
(Faculdade de Tecnologia de Piracicaba) condena a realização do trote
em seu estatuto e em dois anos de funcionamento, nunca registrou
qualquer problema do gênero.
A instituição também aderiu ao trote
solidário, quando o que vale é que os alunos contribuam com doações que
são entregues depois a entidades assistenciais. A Esalq/ USP (Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/ Universidade de São Paulo)
realiza integração entre funcionários, professores, alunos e familiares
durante os dois dias de matrícula, incluindo visitas a repúblicas. Uma
comissão de integração foi formada há alguns anos, depois de um
histórico de trotes humilhantes que, pelas novas regras, estão
proibidos dentro da escola.
Um disque-denúncia foi criado –
0800-0121090 – para receber as reclamações e informações, sem a
exigência de identificação, como forma de coibir a violência dos
trotes. “Quando há uma denúncia, ela é apurada pela instituição, aberto
um processo administrativa e, ao final do processo, pode gerar uma
advertência, suspensão ou até expulsão dos culpados”, disse o
presidente da comissão de graduação, Quirino Augusto de Camargo
Carmello. Segundo ele, ontem e anteontem, dias de matrícula na Esalq,
nenhum trote foi registrado. Das 390 vagas oferecidas, 330 foram
preenchidas e as demais (60) serão aceitas em segunda chamada.
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