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VÍCIOS DA LINGUAGEM – Parte 1

28 de outubro
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Escrito porRedação

 

Uma coisa é bonita porque nós temos um padrão de beleza: uma coisa é falsa porque temos um padrão de verdade e essa discorda dele. Assim também, para se falar em erro ou correção gramatical dentro de uma língua, é preciso recorrer a um padrão, um modelo, um critério.

A finalidade essencial de uma língua é a comunicação… entre os membros de uma comunidade que se serve dela. Para isso é necessário que o instrumento(a língua) tenha certa uniformidade e, assim sirva eficientemente a toda a comunidade.

Toda sociedade humana precisa, portanto, de uma linguagem normal de que todos se sirvam, quer falando, quer escrevendo. E até pensando. A correção consiste na obediência a este padrão ou critério lingüistico. Se ele fosse constantemente uniforme, permanente e sem discordância, não haveria os problemas de todos os dias. Mas um padrão lingüistico de correção é somente um ideal, não uma realidade concreta e nem pode ser fixo e muito menos fossilizado.

Há alguns fatores que perturbam a tranqüilidade de um critério lingüístico de correção

1 – Um fator individual: cada um usa e manipula a língua segundo seu modo e para os seus fins, que ultrapassam o fim primordial da comunicação. Assim, cinco marceneiros, cada um usa da mesma plaina, para o mesmo fim, de modos diferentes: cada um, do seu jeito.

E o indivíduo é naturalmente indisciplinado e rebelde às imposições e às normas que o prendem e lhe limitam as liberdades, verdadeiras ou falsas.

2 – Um fator coletivo: embora a língua seja a mesma, os que a usam são diferentes. E se classificam em três camadas culturais:

a) a camada inferior: as massas mais ou menos analfabetas usam de uma língua popular, pobre e rudimentar, sempre utilitária.

b) a camada média ; uma cultura com o mesmo adjetivo. São pessoas já atingidas pelos benefícios da instrução primária e secundária, pessoas que lêem, não só por necessidade, mas por gosto e interesse;

c) a camada superior: representa a língua média entre o que se fala e o que se escreve, uma língua usual, quotidiana mais a língua das melhores obras literárias

Uma língua-padrão recebe contribuições de baixo, de cima e do meio, mas se fixa e se torna padrào de acordo com as camadas superiores, culturalmente superiores. Entra, agora, em ação, um elemento disciplinante, uniformizador, aparentemente estático e conservador, realmente dinâmico e renovador, móvel, vivo e atual: a disciplina gramatical.

A gramática não nasce abstratamente da cabeça do gramático, nem de conchavos ou de estudos feitos em escrivaninhas, alheados da realidade. A gramática ausculta, observa, registra a língua das camadas superiores. E a ratifica com padrão de correção lingüística. Uma gramática viva que acompanhou a língua portuguesa do século XVI e acompanha a língua do século XX ; uma gramática portuguesa de Portugal e uma gramática brasileira da Língua Portuguesa.

Se a gramática nasce assim, torna-se um critério de correção lingüistica. É correto o que está de acordo com a gramática; é errado o que está em desacordo; Indiretamente é correto ou errado o que estiver de acordo ou em desacordo com a língua das camadas culturais superiores.

E… o que procura uma gramática com padrão de correção lingüistica?

1- A maior eficiência da língua com instrumento de comunicação, através do seu domínio fácil e geral.

2- A possível uniformidade entre todos os membros tão desiguais de uma sociedade humana: uniformizar é mais do que conservar; É preservar

3- Uma língua que seja um instrumento fácil, acessível, útil, apto e que sirva a todas as camadas da sociedade sem ser retrógrado, desatualizado, emperrado.

4- O aperfeiçoamento da mesma língua, consagrando aqueles melhoramentos que lhe dão as camadas cultas, ratificando ou retificando as contribuições das outras camadas, salvando a língua da desagregação e da morte.

5 – Adquirir ou conservar aquelas qualidades fundamentais, indispensáveis a uma língua

a) a clareza;

b) a racionalidade;

c) a exatidão

d) a concisão

e) a expressividade;

f) a beleza…

Ou, resumindo num única conclusão: a sua perfeição.

Para além da gramática abrem-se os horizontes da estilística. Embora gramática e estilística sejam distintas e diferentes, não são nem separadas, nem muito menos, contrastante. E a gramática, em lugar de atrapalhar ou enfear o estilo, dá-lhe excelente colaboração. E dizer que ainda existe alguém que afirma que a gramática é um empecilho par um bom escritor …Pergunte isso a Monteiro Lobato:

“Acho a língua uma coisa muito sério, Rangel. Como a nossa mãe mental.”

“A forma perfeita é magna pars numa literatura.”

“O mau português mata a maior idéia e a boa forma até duma imbecilidade faz uma jóia.”

“O escritor que escreve mal é um porco imundo, um fedorento, um chulepento (sic).”

“Mas seja lá como for, proponho estes pontos:[2]

Há erros ocasionais, quase pessoais que não atingem a língua no seu uso comum. Outros são vícios, ofendem as regras usuais da gramática e do estilo e se tornam doenças coletivas, quase epidêmicas.

Enquanto as figuras de estilo trazem realce e beleza, os vícios enfeiam o estilo tirando-lhe as duas coisas. É preciso,portanto, evitar os vícios e praticar as virtudes da língua.

Apenas como finalidade didática, divido assim;

I – Erros de gramática:

a) contra a fonética

b) contra a ortografia

c) contra a morfologia

d) contra a sintaxe.

II – Erros de estilo:

a) contra a clareza

b) contra a concisão

c) contra a originalidade

d) contra a simplicidade

e) contra a harmonia

f) contra a pureza

Erros de Estilo

A) Contra a clareza

I – Ambiqüidade ou anfibologia: consiste na duplicidade de sentido que a expressão pode ter.

O amor de minha mãe me regenerou.

Pode significar: amor materno ou amor filial.

II – A má pontuação é também contra a clareza.

Não pude ver o homem da janela. Queria escrever. Não pude ver o homem, da janela.

B) Contra a concisão:

I – Tautologia; consiste na repetição desnecessária das mesmas idéias.

A vida é muito breve, curta e pequena.

II – O esparramo: pode-se chamar também de verborréia. É a mania de ser longo, na frase ou no discurso inteiro. Falar muita coisa, sem dizer nada.

C) Contra a originalidade

Os chavões, os lugares-comuns, as frases feitas

Outros que não eu merecia o prêmio…

Preencho uma lacuna.

Caráter sem jaça.

Homem impoluto

Vida ilibada.

Perda irreparável.

D) Contra a simplicidade

É o preciosismo, o pedantismo, tanto no emprego de palavras como na construção de frase.

Pouco se me dá que a azêmola claudique; o que me apraz é acicatá-la. (Não me importa que a mula manque, o que eu quero é rosetá-la.)

E ) Contra a harmonia

I – Cacofonia: é o encontro de sílabas que formam palavras ridículas ou indecentes.

Ela lá trina alegremente.

As idéias, como as concebo, são insinuantes.

Ideal, meus fracassos por ti são.

II – Eco; é a repetição de palavras com desagradável rima.

O casamento do Nascimento foi, no momento, um acontecimento, um verdadeiro deslumbramento.

III – Aliteração: desagradável repetição de uma mesma consoante inicial.

Ó fulgida flor fanada!…

O lápis, dentro d’água , fica como que quebrado.

F ) Contra a pureza

Todo estrangeirismo, palavra desnecessária oriunda de outras línguas. Galicismos, espanholismos, inglesismos, italianismos… Bouquet por buquê, ramalhete, corbelha… Chance por ocasião, oportunidade, nuance por nuança, matiz…

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