Das 55 federais, 36 usarão de alguma forma a nota do Enem
Cada uma das 55 universidades federais do País teve autonomia para
decidir se aderia ao novo Enem para a seleção de candidatos às vagas
nos cursos de graduação. Elas puderam escolher entre quatro formas de
adesão: substituir integralmente o vestibular pelo Enem; usar o exame
como primeira fase do processo seletivo; usá-lo combinado com o
vestibular da instituição ou, ainda, como fase única para as vagas
remanescentes.
Das 55 instituições, 36 usarão de alguma forma a nota do Enem no
processo de seleção. O Enem vai substituir o vestibular de 22
universidades, como a Federal de Lavras (Ufla), em Minas. Para José
Maria de Lima, presidente da Comissão Permanente de Processo Seletivo
da Ufla, a qualidade do Enem é suficiente para a seleção de bons
candidatos. “A prova é muito bem elaborada e atende àquilo que o
estudante precisa saber para entrar na universidade”, diz.
Outras 14 instituições preferiram fazer uma mescla entre o Enem e o
seu processo seletivo. Na Universidade Federal de São João Del Rei
(UFSJ), também em Minas, o Enem servirá de vestibular unificado para
uma porcentagem das vagas — que ainda não foi decidida, mas ficará
entre 10 a 25% do total. Para os candidatos que não optarem por esse
modelo, haverá a opção de substituir a prova da 1ª. fase pela do Enem
Na Federal de São Paulo (Unifesp), candidatos de 19 carreiras vão
concorrer a vagas unificadas. Outros sete cursos da universidade usarão
o Enem apenas como 1ª fase do vestibular. “É o caso de cursos mais
concorridos, como Medicina”, diz Miguel Roberto Jorge, pró-reitor de
Graduação da Unifesp. De acordo com ele, os representantes desses
cursos tradicionais ficaram inseguros em decidir por uma mudança
radical já para este ano.
Nas federais de Viçosa, Rio Grande, Paraná, Santa Catarina e na
Federal Fluminense, o Enem valerá como nota parcial, ou seja,
representará uma porcentagem na nota final do candidato. Em outras sete
universidades, como as Federais de Pernambuco, do Espírito Santo, do
Mato Grosso do Sul e do Rio de Janeiro, por exemplo, o Enem será
adotado como primeira fase.
Para o reitor da UFRJ, Aloisio Teixeira, o Enem propõe um grande
avanço no processo da educação do País. “Com esse sistema vamos ter
quase 5 milhões de candidatos, além de ampliar o acesso aos estudantes
de escola pública.” Para o MEC, alunos de escolas públicas serão
beneficiados porque concorrerão a mais vagas, em diferente
instituições, sem precisar gastar com diversas taxas de inscrição nem
viajar para outras cidades para fazer as provas.
No entanto, nove das federais preferiram não aderiram ao Enem. Essas
universidades não usarão a nota da prova em nenhum momento do processo
seletivo. A decana de Ensino e Graduação da UnB, Márcia Abrahão Moura,
diz que vários fatores influenciaram nesta decisão. “Os principais
pontos foram a ausência da prova de língua estrangeira, a data da
prova, que foi considerada muito antecipada por algumas faculdades da
UnB”, afirma. Segundo Márcia, está em estudo a utilização do exame no
vestibular 2011.
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