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Notícias

Faculdades questionam critérios do MEC

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Entidades e faculdades baianas contestam o resultado do Mec que

reprovou a maioria das instituições de ensino superior do Brasil,

colocando que somente 1% dos 2001 centros de educação obteve nota

máxima de cinco no Índice Geral de Cursos (IGC).

De acordo com os

representantes de algumas instituições, o índice não examina todos os

pontos da instituição e não reflete como um conceito para a faculdade.

Na Bahia, a maioria das universidades avaliadas foi classificada com

nota três, o que demonstra um resultado regular e mais de 20 tiveram

nota abaixo de três, resultado tachado como insatisfatório pelo Mec.

Apenas a Ufba, a Faculdade Ruy Barbosa, a Universidade Estadual de

Santa Cruz (Uesc) e as Faculdades Integradas Olga Mettig tiveram

resultado considerado bom com a nota quatro.

De acordo com a presidente

da Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes),

presidente da Associação Baiana de Mantenedoras do Ensino Superior

(Abames), Nadja Viana, o IGC não leva em consideração vários aspectos

essenciais na avaliação do ensino superior, como é feito no exame do

Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), criado

também pelo próprio Ministério da Educação, através da lei nº.

10.861/2004.

Segundo a educadora, as instituições da Bahia não estão em

situação discrepante em relação às universidades do país. Pelo IGC são

analisados um questionário sobre a percepção do estudante diante da

instituição, uma avaliação com os professores e com o projeto

pedagógico da Instituição e por último os resultados do Enade.

“Vale

destacar que o Sinaes examina três processos a avaliação da

instituição, a avaliação de curso e do resultado do Exame Nacional de

Desempenho dos Estudantes (Enade), algo mais amplo. Nesse âmbito são

avaliadas 10 dimensões da instituição que não são mostradas nesse

Índice, que acaba dando apenas um indicativo da situação da faculdade e

servindo de estímulo para melhoria”, ressalta Viana que é também

conselheira do Grupo Fanor que envolve as faculdades Área 1, FTE, Rui

Barbosa.

Conforme a presidente da Abames é preciso lembrar que o

resultado do Enade pode alterar o resultado do IGC. “O Enade deste ano

vai avaliar as áreas de exatas, pedagógica e licenciaturas. Nesse

aspecto ele pode confirmar os dados do índice, diminuir e ou elevar as

notas”, afirma. Viana enfatiza que pelo Sistema Nacional de Avaliação

são observados entre os dez itens, questões como se a faculdade cumpre

com a missão e se tem políticas de ensino, infraestrutura,

responsabilidade social ? condições não examinadas pelo IGC.

“Por

exemplo, se a instituição diz que sua missão é formar empreendedores, o

Sistema avalia se ela tem projetos concretos nesse sentido. Se a

faculdade está preocupada com a responsabilidade social, qual o aspecto

de inclusão social que ela trabalha, oferece bolsas de estudo, Fies,

Prouni, Faz Universitário”, questiona citando algumas medidas que devem

ser cumpridas.

Ufba fica com nota 4, sem polêmica A Universidade

Federal da Bahia (Ufba), elevou a nota do Índice este ano, dando um

salto de avaliação, se comparado com o resultado do Enade do ano

passado, em que a instituição obteve nota 2, atribuída ao “baixo QI?

dos baianos pelo então coordenador do curso de Medicina, Antonio

Dantas, gerando uma polêmica de âmbito nacional. De acordo com o

reitor da Ufba, Naomar Almeida, o resultado não foi melhor por conta do

boicote ao Enade, promovido pelos estudantes.

“Identificamos que muitos

estudantes fizeram isso, principalmente os de Medicina, Licenciaturas

em Educação Física e do curso de Física. Isso derruba a nota da

instituição, já que muitos entregaram a prova em branco ou só marcaram

uma alternativa, sendo motivo para que a nossa universidade não esteja

entre as melhores do país”, enfatiza.

No entanto, sobre o fato de a

Universidade Federal do Recôncavo ficar com nota dois – Naomar contesta

e afirma que o resultado foi estipulado a partir de um “cálculo

absurdo”, que não levou em consideração que a universidade só tem dois

anos de funcionamento. “Eles avaliaram pelo antigo curso de Agronomia,

onde muitos estudantes também boicotaram a prova. Como avaliar dessa

forma um curso que nunca graduou ninguém?”, contesta.

Com conceito 4 no

IGC, a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), sediada em Ilhéus

ficou na melhor colocação entre as estaduais baianas. Apenas 6% das

instituições do país atingiram nota 4 e somente 1% nota máxima (IGC-5).

Para o reitor Joaquim Bastos, a recente divulgação do Índice, demonstra

que a Uesc vem caminhando de forma consistente, agregando qualidade às

ações que desenvolve.

“Em avaliações distintas, realizadas por

diferentes instituições, utilizando indicadores diversos, a Uesc tem

apresentado bons resultados. A reitoria da Uesc credita o resultado ao

trabalho comprometido e de alta qualificação do conjunto da comunidade

acadêmica, professores e estudantes, bem como as equipes que atuam em

posições administrativas”.

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