Teologia para a sociedade
César Kuzma, diretor da PUC: nossos profissionais estão sendo
absorvidos em ONGs, assessorando o desenvolvimento de projetos sociais.
A carreira religiosa deixou de ser a prioridade para quem busca o curso
de teologia. Quem deseja ser padre ou pastor ainda é maioria. Mas
leigos com interesse apenas em aprofundar seus conhecimentos pessoais
ou com objetivo de aplicar a teologia em outras áreas da sociedade
também têm procurado cada vez mais o curso.
Atualmente, as perspectivas
de quem decide fazer teologia ampliaram-se e os alunos podem atuar em
áreas de pesquisaa e assessorias teológica-pastorais e científicas,
trabalhar em comunidades exercendo um ministério, estabelecer diálogos
entre a teologia e outras ciências, atuar em ONGs, entre outros.
‘Nosso
público é eclético, apesar da maioria ser evangélica. Formatamos o
curso de forma a atender diversas denominações. Católicos ou leigos,
por exemplo, podem fazer’, observa o pastor Vanderlei Frari,
coordenador do curso de teologia do Instituto Seminário Bíblico de
Londrina (ISBL), uma das mais antigas instituições da cidade a oferecer
o curso.
Segundo ele, a teologia tem sido cada vez mais procurada por
pessoas que não querem apenas exercer o sacerdócio, mas que desejam
adquirir mais conhecimentos para serem missionários. Ou ainda por
pessoas que buscam o curso como trampolim para atuar na área acadêmica,
fazer mestrado e doutorado.
Frari explica que o curso está dividido em
aulas teóricas e práticas. No primeiro caso, além de disciplinas
básicas nas quais se estuda textos bíblicos ainda existem as
correlatas, como sociologia, filosofia, pedagogia, linguística, entre
outras.
Na prática é trabalhada a espiritualidade. ‘Afinal, o objetivo
é formar pastores e missionários’, acrescenta Frari. Na ISBL, o curso
tem duração de quatro anos e não há vestibular. É realizado um teste
vocacional e o pré-requisito é que o interessado tenha terminado o
ensino médio.
A Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR)
também oferece o curso de teologia nas unidades de Curitiba e Londrina.
‘O eixo central é o estudo da Bíblia e depois espiritualidade e
questões como ética e moral’, destaca padre Sérgio de Deus Borges,
ex-diretor do curso na PUC em Londrina e professor.
Apesar de seguir a
doutrina católica, o curso de bacharelado em teologia da PUC também
está aberto a toda comunidade. A proposta do curso da PUC também é
abordar diferentes áreas do conhecimento, envolvendo as ciências
humanas, sociais e teológicas. A ideia, segundo o professor é formar
bacharéis com uma configuração ecumênica e crítico-reflexiva. O curso
propõe formar lideranças nas comunidades e nas bases da igreja, capazes
de interagir no seu contexto para o desenvolvimento espiritual, social
e educacional.
Além disso, pretende dialogar com a diversidade e
promover, entre outras coisas, os direitos humanos e a cidadania. De
olho em todas as possibilidades César Kuzma é diretor do curso de
teologia da PUC em Curitiba. Leigo, com formação católica, participante
da pastoral da juventude, ele decidiu fazer a graduação no ano 2000
para aprofundar seus conhecimentos e poder atuar melhor na comunidade à
qual pertencia.
‘Mas durante o curso percebi que a teologia poderia ser
muito mais para mim’, conta Kuzma, que após terminar a graduação
mudou-se para o Rio de Janeiro e cursou o mestrado na área e agora já
está terminando o doutorado. Segundo ele, no que diz respeito à
teologia o Brasil está vivendo experiências que já acontecem há anos
nos Estados Unidos e Europa. ‘Lá, os teólogos são chamados para serem
consultores na política, na econômia e são convocados pela competência
e não pela importância religiosa’, afirma o teólogo.
Aqui no Brasil,
acrescenta, entre outros lugares os profissionais estão sendo
absorvidos em ONGs, assessorando o desenvolvimento de projetos sociais.
‘Um de nossos antigos alunos é assistente do Presidente Lula e colabora
com a formatação de projetos na área social do governo’, orgulha-se o
professor. Para Kuzma, falar em mercado de trabalho para quem faz
teologia é um pouco complicado.
O que existe atualmente é uma nova área
de atuação para esses profissionais. ‘A teologia vive um momento
especial de mudança e a expectativa é de uma abertura do diálogo com
outros setores da sociedade para que os frutos sejam colhidos no
futuro’. O curso, conforme o diretor, está aberto a todas as pessoas
que queiram vivenciar a fé e dividir essa experiência com a sociedade.
‘É preciso ter um olhar generoso para a sociedade’, sugere.
Na PUC, o
curso também tem duração de 4 anos. Entre os 20 professores que fazem
parte do corpo docente, revela Kuzma, 12 são leigos. No quadro de
alunos a porcentagem de leigos também é grande: 80%. ‘Muitos fazem para
adquirir mais conhecimento mas também para viver outro papel dentro da
igreja. Por muito tempo essas pessoas foram submissas dentro dessa
instituição, mas hoje elas buscam o curso para ter um olhar mais
crítico’.
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