Como os pais podem ajudar seus filhos diante dos desafios?
Final
de ano: como a família pode auxiliar o estudante que tem dificuldades
nos estudos e também àqueles que prestarão vestibular
Conforme explica psicóloga especializada em desenvolvimento educacional, cabe aos pais apoiar seus filhos em momentos decisivos Final
de ano, a mesma cena: o adolescente se desdobra para passar no
vestibular, enquanto o estudante de ensino fundamental ou médio corre
atrás da recuperação das notas baixas conseguidas durante o ano… Pais
preocupados, jovens e crianças estressados: o resultado negativo abala
toda a família.”Esse é um dos fatores que geram mais ansiedade nas
famílias neste período.
No consultório, o que mais presencio são pais
desesperados no terceiro bimestre escolar, pressionando os estudantes
para que um verdadeiro milagre aconteça e ele se recupere para passar
de ano”, comenta Márcia Ferreira, psicóloga especializada em
desenvolvimento escolar, infanto-juvenil e especialista em
relacionamentos familiares.
Márcia
aponta a o vestibular como outro motivo para desentendimentos
familiares. “A escolha da carreira e da faculdade gera constantes
discussões, o que pode afastar os pais dos filhos em um momento em que
é fundamental eles estarem unidos”, fala.
Para quem tem filhos na escola e para os que estão vivendo o período de vestibular, a psicóloga dá dicas valiosas:
Passar de ano é importante, mas e se o estudante não assimilar o conteúdo?
É
importante não ter de repetir a série que se está cursando. Porém, a
essência de freqüentar a escola é assimilar conteúdo que dê base para a
continuidade do ensino. “É importante não achar que dois bimestres
ruins são a derrota do estudante. Ele pode se recuperar no terceiro e
quarto bimestres, mas desde que tenha o apoio e o reforço necessários
para tanto.
Na maioria das vezes, crianças e adolescentes não conseguem
organizar a própria agenda de estudos. Nessa hora, por mais ocupados
que estejam os pais, é preciso ajudá-los a criar uma rotina com
horários e prioridades para que o sucesso escolar seja alcançado. “Não
podemos perder de vista que os adolescentes estão vivendo
transformações físicas e emocionais que, subjetivamente, estão
interferindo no seu processo ensino-aprendizagem.
O mais importante,
entretanto, é avaliar se ele aproveitou o conteúdo de maneira que
comece a próxima série fortalecido”, explica Márcia. Uma boa e franca
conversa com professores, orientadores pedagógicos e com a direção da
escola podem fortalecer os pais e esclarecer suas principais dúvidas em
relação ao desenvolvimento do filho.
Outra
dica da psicóloga já se refere ao próximo ano. “Muitas crianças não
conseguem obter um desenvolvimento escolar satisfatório por
apresentarem dificuldades de aprendizagem especificas, como dislexia,
déficit de atenção, hiperatividade, entre outras. Estar atento a essas
questões é extremamente importante para não responsabilizar somente o
filho pelo seu baixo rendimento escolar.
Geralmente, um histórico
sucessivo de notas baixas pode ser um indicador significativo para
buscar auxilio psicológico e procurar entender o que esta acontecendo.
Assim, evitamos que crianças e adolescentes construam uma imagem
negativa em relação a si mesmos. Por isso, os pais devem prestar
atenção nas dificuldades e criar regras claras para organizar os
estudos e orientá-las a realizar suas atividades”.
Vestibular: família precisa fazer sua parte para ajudar o estudante
Quem
vai prestar vestibular tem de dedicar muitas horas de seu dia aos
estudos. Cursinho, simulados, revisões, a nova rotina inclui pouco
tempo para o lazer e para a convivência em família. “Esse é um período
de muita cobrança, inclusive pela presença do estudante nas reuniões
familiares e dos amigos. É hora, porém, de pais e amigos entenderem que
o pré-vestibulando precisa dedicar-se com afinco ao estudo e, sobrando
tempo, deve descansar”, orienta Márcia.
Ela
diz que os pais são importantes também no sentido de organizarem a casa
e os horários da família para que haja tranqüilidade no ambiente. “Pode
parecer exagero, mas toda a família tem de colaborar com o
vestibulando. Barulho em excesso prejudica os estudos, bem como a
invasão do local de estudo por crianças, empregados, animais domésticos
e outros elementos que desviem a atenção do estudante”, explica.
No
período pré-vestibular, são os pais que precisam impor limites às
atividades dos filhos. “Dificilmente o vestibulando alcançará êxito se
decidir ir à escola, ao cursinho, à academia e sair com os amigos. Os
pais precisam realmente agir com firmeza e determinar a redução de
atividades para que ele se dedique aos estudos”. Márcia explica que os
jovens são impulsivos e acham que dão conta de tudo e uma boa conversa
para ajudar a focar o objetivo do vestibular ameniza as tensões e
ansiedades do vestibulando.
Para
que os pais ajudem ainda mais, Márcia Ferreira dá um último conselho:
“cabe ao vestibulando decidir a carreira que ele seguirá. Os pais podem
ajudá-lo colocando-o em contato com profissionais da área, fornecendo
livros, revistas e material que explique um pouco da profissão e
mostrando as oportunidades ligadas a ela. Porém, não devem impor ou
decidir o caminho da vida profissional do filho, já que ele ficará
infeliz e não será um bom profissional. Cada um precisa seguir seu
caminho, mesmo que ele não agrade completamente os pais”, finaliza.
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