Na Fuvest, química foi a pedra no sapato
O
segundo dia de provas da segunda fase da Fuvest teve questões bem
elaboradas, com conteúdos atuais e acessíveis para os alunos, de acordo
com professores de cursinhos ouvidos pela reportagem. Só as perguntas
de química foram tidas como difíceis.
Na prova de ontem, havia
20 questões de 7 disciplinas (matemática, física, química, biologia,
geografia, história e inglês). O conjunto é uma das novidades
apresentadas pela Fuvest no vestibular deste ano. As perguntas de
conhecimentos gerais foram obrigatórias a todas as carreiras, com
exceção dos inscritos nas duas carreiras da Polícia Militar.
Hoje é o último dia de provas da segunda fase, com conteúdos específicos para cada carreira.
“O
segundo dia de prova foi muito especial e novo na história da Fuvest.
Foi predominantemente interdisciplinar”, diz o professor de história do
cursinho Objetivo, Francisco Alves da Silva.
“A Fuvest cumpriu
com o objetivo de fazer a segunda fase mais geral e aberta. Está
nivelada e não privilegia nenhuma área”, considera Fábio Rendelucci,
coordenador de vestibular do COC de São Paulo. Para ele, o candidato de
segunda fase conseguiria resolver as questões. “Bastava ler e
interpretar, e também saber o que está acontecendo no mundo para
responder às questões de atualidades, como do LHC (Grande Acelerador de
Partículas) e Amazônia.”
A Amazônia apareceu em mais de uma
pergunta. Além de comparar dois textos que apresentavam soluções para
problemas da região, os candidatos tiveram de contextualizar a ocupação
no local entre os séculos 19 e 20, em especial a situação dos
nordestinos que foram trabalhar em seringais.
“Foi uma questão inteligente”, disse o professor do Objetivo.
A
questão 5 e 6, de química, foram consideradas as únicas com conteúdo
complexo. A 5 pedia que o aluno citasse a fase de desenvolvimento da
planta em que o amido do grão de milho é transformado em glicose, o
processo celular em que ela é utilizada e a equação de reação de
esterificação entre moléculas de ácido láctico. A questão 6 envolvia o
processo de produção de magnésio metálico.
Na saída da prova na
Faculdade de Educação da USP, no Butantã, os candidatos consideraram a
prova difícil. Larissa Rabello, de 18 anos, candidata a uma vaga em
Letras, disse que já perdeu as esperanças. “Achei que o conteúdo estava
muito específico. A mudança da Fuvest neste ano, que não vai contar a
pontuação da primeira fase e incluiu este dia de conhecimentos gerais,
me prejudicou.”
Para Ana Carolina Martins, de 18 anos, candidata
a uma vaga em Marketing, a Fuvest agora vai selecionar melhor os
alunos. “Cobra muito conteúdo. Tem matéria que a gente sabe, mas não
consegue demonstrar na discursiva. Serve só para eliminar os alunos.”
Dos 37.603 convocados para as provas, faltaram 2.779, abstenção de 7,39%. Ontem o índice de ausências foi de 7,10%.
Estude nas melhores sem sair de casa
As melhores faculdades com ofertas super especiais para você começar a estudar sem sair de casa.