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O Vestibular Unificado veio pra ajudar?

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Período de vestibular. Sinônimo de horas dedicadas aos estudos, escolha de faculdades, várias e estressantes provas de processo seletivo. As pessoas que possuem ensino superior estão acostumadas com essa rotina, mas esse quadro pode mudar: o Ministério da Educação (MEC) anunciou a substituição dos vestibulares nas universidades federais por um Vestibular Unificado que será aplicado através de um “Novo Enem”.

Agora o Exame Nacional do Ensino Médio será uma prova mais longa e com questões do dia a dia. O objetivo é testar o que o aluno entendeu e não o que ele decorou, valorizando a compreensão.

“É evidente que têm de se que decorar várias coisas, mas o cerne do assunto tem que ser entendido, exemplo: temos que saber o nome de uma capital de um Estado brasileiro, mas o mais importante é saber o que significa ser uma Capital”, argumenta o proprietário do Colégio Almeida Júnior, Claudio Pascale.

Para Pascale, esse novo método tem tudo para descomplicar a situação dos estudantes. “A parte mais interessante da mudança refere-se ao fato de que o aluno poderá, através de um único exame, concorrer a várias universidades, acabando com o sufoco de fazer vários exames em um curto espaço de tempo”, comenta.

Já a diretora do Colégio Integral, Elisete Prado, defende o novo vestibular como uma forma de aprimoramento do currículo dos estudantes. “As mudanças quanto a utilização do Enem como forma de entrada nas universidades federais reforça a intenção do MEC na reformulação dos currículos do ensino médio, que deverão ser, cada vez mais, voltados para a solução de problemas e a democratização do acesso a todas as universidades”.

A Coordenadora do Ensino Médio do Colégio Integrado Monteiro Lobato, Tereza de Fátima Scavacini, também aprova essa mudança, pois ela “estimula a construção interativa do conhecimento, favorecendo a investigação, reflexão e criatividade, colocando o estudante diante de situações-problema em que são incentivados a pensar e aplicar os conceitos aprendidos”.

Para o Coordenador Geral do Sistema Anglo de Ensino, professor Nicolau Marmo, o importante nesse momento é mostrar aos alunos que essas mudanças não transformarão o Enem em algo diferente das provas para as quais eles estão se preparando. “Quem estuda para aprender está preparado para enfrentar qualquer tipo de prova”, conclui.

Já a direção do Colégio Divino informou que é necessária a intensificação das informações e orientações sobre as mudanças ocorridas e dos treinos para os alunos se familiarizarem com o que estarão tendo contato.

Pensando nisso, para que o aluno possa entender as mudanças e se preparar, o Ministério da Educação promete divulgar nos próximos dias um modelo da prova do novo Enem. Tire aqui as suas dúvidas sobre a prova!

E os alunos?

O ministro da educação, Fernando Haddad, afirma que a intenção com a prova é facilitar a vida do aluno. “É uma prova que favorece a capacidade de raciocínio do aluno, justamente para evitar aqueles constrangimentos comuns em vestibulares de a pessoa esquecer uma fórmula ou coisa parecida, e ser prejudicada por isso. A ideia é facilitar a vida do estudante e não complicar”, defende.

Mas será que os alunos concordam com isso? A aluna Bruna Luiza, que cursa o último ano do ensino médio, fez um simulado da nova prova e desaprovou. “Antes não tinha tantas questões, então você tinha mais tempo pra responder. Agora, como as faculdades vão considerar o ENEM, a prova está exigindo mais, com menor tempo para fazer”, reclama.

A prova, que antes era aplicada em um dia, agora será realizada em dois, sendo que em cada um deles, o aluno tem que fazer cerca de cem questões, mais a redação. Ela conta que no primeiro dia, duas provas de cinquenta questões foram aplicadas das 13 às 18 horas (tempo de duas horas e meia por prova). Já no segundo, é aplicada uma prova de cinquenta questões, mais a redação, das 8 às 12 horas, seguida de outra prova de cinquenta questões, das 14 às 16h30. “Fica muito cansativo para o aluno assimilar tudo”, desabafa Bruna Luiza, que acertou 104, das 200 questões.

Ela acha injusto o vestibular unificado porque, embora você possa participar de quantas faculdades quiser com apenas uma prova, alega que aumenta a concorrência. “Agora, todos que quiserem ingressar na faculdade terão que fazê-la”.

 
A Prova

A prova do novo Enem será aplicada em outubro em 1,6 mil municípios do país e será dividida em quatro áreas. Em matemática, serão exigidos conhecimentos numéricos, geométricos e estatística. Em ciências humanas, o estudante terá que saber história, questões ambientais e leitura de mapas. Em ciências da natureza, conhecimentos de física, química e biologia. E em linguagem, por enquanto, só português. E, a partir do ano que vem, entra também inglês.

Em cada uma das áreas, as questões mais difíceis terão notas maiores. As universidades que usarem o Enem como forma de acesso poderão dar peso maior para cada uma das áreas. Por exemplo, o candidato a uma vaga em um curso de engenharia teria que ter melhor desempenho em matemática.

O Ministério da Educação espera ainda que, em três anos, o Enem passe a ser o novo vestibular para as universidades públicas. Pelo menos, 48 das 55 universidades federais do país já decidiram adotar a nota do Enem como forma de selecionar os alunos.

E você, aprova essas mudanças? Participe e deixe o seu comentário.

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