Procura pelos cursos profissionalizantes é grande
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A experiência em escritórios contábeis ou em departamentos ligados ao
setor é um dos fatores que mantêm o interesse pelos cursos técnicos em
Contabilidade. Ao contrário de décadas anteriores, onde os estudantes
tinham no curso profissionalizante a oportunidade de formação no
Segundo Grau (atual Ensino Médio), hoje para obter o diploma é
necessário ter concluído essa etapa de aprendizagem.
A reforma nos
cursos profissionalizantes, realizada no final dos anos 1990, mudou o
perfil dos alunos que antes conciliavam os estudos com a possibilidade
de ter uma carreira já antes da graduação. Não são mais os adolescentes
que fazem parte das turmas, e sim adultos na casa dos 30 anos ou mais.
Na Escola Municipal de Ensino Médio Emílio Meyer, no bairro Medianeira
em Porto Alegre, essa é a faixa etária dos estudantes. Conforme a
coordenadora do curso técnico em Contabilidade, professora Maribel Gil
Guterres, os alunos matriculados na escola já estão atuando no mercado
em funções relacionadas ao meio, daí a procura pela profissionalização.
A Emílio Meyer oferece a cada semestre 55 vagas para o curso, que tem
duração de um ano e meio. “No processo seletivo, recebemos em média 200
inscrições, deixando 150 pessoas fora do curso”, lamenta Maribel. Por
ser uma escola da rede municipal, que tem como foco principal o ensino
infantil e fundamental, o estabelecimento não tem condições de oferecer
mais vagas.
Na escola particular O Acadêmico, de Canoas, a situação é semelhante. A
professora das disciplinas de Contabilidade Comercial e Gerencial Alda
Ferreira considera o interesse ainda alto pelos cursos devido à maior
rapidez para se capacitar em uma profissão. Segundo Alda, a prova disso
é a procura pelo curso, que aumentou nos últimos anos.
Nem todos aqueles que ingressam no curso têm ligação direta com a área.
A estudante do primeiro semestre na Escola Emílio Meyer Sandra Jandira
Garcia Silva é um dos exemplos de quem foi em busca do curso para
complementar a formação profissional. Auxiliar administrativo em um
escritório, vê na habilitação de técnico em Contabilidade a
oportunidade de ingressar em um mercado promissor e em ascensão. “Todos
precisam de um contador”, diz. Sandra pretende se aprimorar mais no
meio: quer fazer curso técnico em Gestão e a graduação em Ciências
Contábeis.
Cleo Matos de Souza, da O Acadêmico, trabalha no setor financeiro de
uma empresa do ramo de hotelaria. A opção pelo curso foi motivada
também pelas oportunidades de trabalho oferecidas por diversas
empresas. Já seu colega Sandro Luís Campanhola não quer ser apenas
funcionário de uma empresa. Juntamente com amigos que estão concluindo
o curso, pretende montar o próprio escritório de serviços contábeis,
fazendo a graduação para se aprimorar ainda mais.
Número de técnicos apresenta redução
Embora a procura pelos cursos profissionalizantes ainda seja grande, o
presidente do Sindicato dos Contabilistas de Porto Alegre, Daniel dos
Santos, diz que o número de técnicos em Contabilidade diminuiu na
comparação com o de contadores. “Já fomos em maior quantidade, hoje
representamos em torno de 40% dos profissionais contábeis.”
O vice-presidente de Registro do CRC-RS, Luciano Biehl, diz que, na
última década, houve uma virada na proporção entre os dois tipos de
profissionais no Rio Grande do Sul, com mais contadores. Ele cita
algumas hipóteses para a situação, como a pouca procura dos técnicos
pelo registro, mais profissionais concluindo a graduação e maior oferta
nos cursos de nível superior.
A redução, entretanto, não significa a inexistência de opções de
trabalho para os técnicos em Contabilidade. Conforme Santos, falta
mão-de-obra qualificada não só para atuar em áreas de graduação como
também, nos níveis em que a figura de um técnico pode desempenhar as
funções.
O técnico em Contabilidade executa praticamente as mesmas funções que
um contador, exceto auditoria e perícia. Ele está habilitado inclusive
para assinar balanços de empresas. “Essa é uma dúvida comum entre
muitos empresários, que questionam a validade dos balanços assinados
por técnicos. A tarefa também faz parte das atividades desse
profissional.” As suas atribuições não são de um mero auxiliar. O
técnico tem prerrogativas e princípios em que pode atuar realmente como
o responsável pela empresa e não apenas como autor coadjuvante.
Atualmente, onze escolas oferecem o curso técnico em Contabilidade,
divididas entre instituições de ensino particulares, estaduais,
municipais e uma federal (Escola Técnica de Comércio da Ufrgs). Em
relação ao ensino profissionalizante, Santos questiona o curto tempo de
duração, em média de um ano a um ano e meio. “A Contabilidade é uma
ciência. Com a reformulação do ensino técnico, como pode ser ensinada
em menos tempo?”
1. Preencher requerimento no site do CRC (www.crcrs.org.br).
2. Dirigir-se à sede do CRC, escritórios regionais ou delegacias para encaminhar o procedimento.
3. Pagamento de taxa.
4. Documentação necessária para registro provisório: requerimento,
pagamento da taxa, duas fotos 3×4 iguais e recentes. Histórico escolar,
declaração da escola de que o diploma encontra-se em andamento para
registro no órgão competente, devendo constar nome do requerente, data
de nascimento, filiação, curso concluído e data da conclusão do curso.
Original e cópia do CPF, Carteira de Identidade, certificado de
reservista e título de eleitor.
5. Documentação necessária para registro originário: requerimento,
pagamento da taxa, duas fotos 3×4 iguais recentes. Original e cópia do
diploma e histórico escolar (caso não conste a carga horária no diploma
de Técnico em Contabilidade), original e cópia do CPF, Carteira de
Identidade, Certificado de Reservista e Título de Eleitor.
Escolas aprimoram currículos para acompanhar mudanças
Uma das reclamações mais comuns por parte dos profissionais da
Contabilidade são as constantes mudanças na legislação, que requerem
atualização freqüente. Para que os alunos dos cursos técnicos possam
chegar ao mercado com um conhecimento da realidade no meio, as escolas
buscam acompanhar as alterações realizadas, por meio de palestras,
seminários e visitas a empresas.
Na Escola Municipal de Ensino Médio Emílio Meyer, o currículo está
dividido em três semestres. O primeiro semestre é básico, no qual são
adquiridas competências instrumentais, gerais e específicas na área de
Gestão em Contabilidade. No segundo, ou intermediário, o aluno tem
contato com as competências instrumentais e gerais e específicas na
área. O último dá maior enfoque a questões específicas do setor.
São oferecidas visitas a empresas para possibilitar aos alunos noções
práticas de como funcionam os departamentos de contabilidade. A idéia é
passar uma visão de empreendedorismo, para que o aluno não busque
apenas uma vaga no mercado como funcionário, mas que venha a ser
independente e a montar no futuro seu próprio negócio.
“O mundo de
trabalho é uma visão mais ampla do que apenas uma colocação de
empregado”, diz a coordenadora do curso, professora Maribel Gil
Guterres. Além disso, a escola oferece cursos sobre temas atuais de
interesse no segmento, ministrados por profissionais do Conselho
Regional de Contabilidade (CRC-RS) ou do Sindicato dos Contabilistas de
Porto Alegre (SCPA).
A escola O Acadêmico, de Canoas, exige dos alunos um trabalho de
conclusão para obterem o certificado ao final do curso. Os estudantes
devem desenvolver todas as etapas relacionadas desde a montagem de uma
empresa até o seu fechamento, passando por todas as demonstrações
exigidas.
“É como se fosse a realidade da empresa, os formandos
realmente precisam conhecer a contabilidade para ter o diploma”, diz a
professora Alda Ferreira.
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