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PROFISSÃO: FISIOTERAPIA

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 Fisioterapeutas abrem novo campo com prevenção de problemas na coluna orientando professores, pais e alunos.

Um novo campo de trabalho está surgindo para os fisioterapeutas. A preocupação com a qualidade de vida e futuros problemas de coluna está levando os profissionais para corredores e salas de aula de escolas gaúchas.

Motivados por uma campanha do conselho regional da categoria, o Colégio Marista Rosário, em Porto Alegre, foi o primeiro a experimentar a novidade.

Depois de um ano de estudo e planejamento, dois fisioterapeutas, auxiliados por alunos do curso da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) implantaram o programa de prevenção na escola que atingiu pais, professores e alunos de todas as idades.

O resultado foi mochilas mais leves, melhor postura em sala de aula, ampliação do uso de armários e dezenas de pedidos de informações sobre o trabalho que começa a invadir os estabelecimentos de ensino em outros municípios.

– O que mais nos espantou é que 80% das crianças de oito a 10 anos já têm dor nas costas. O trabalho de prevenção é tão importante como o de reabilitação, e o profissional que não acompanha isso vai perder espaço no mercado – diz o fisioterapeuta Gerson Chequi, um dos coordenadores do programa.

A aquisição de postura, a importância do sono para o rendimento escolar e a maneira correta de organizar e carregar o material escolar foram temas de palestras para pais, professores e alunos. Cartazes também foram espalhados na escola. Mas o que mais chamou a atenção dos estudantes foram as blitze realizadas na porta do colégio.

– Surpreendemos os alunos com balanças. As mochilas eram pesadas e os estudantes que estavam carregavam peso superior ao recomendado para o seu corpo recebiam um cartão vermelho com informações para distribuir melhor o material e reduzir a carga. Quando estavam certos, o cartão era verde – conta Gerson.

Para o coordenador do curso de Fisioterapia da PUCRS, Denizar Melo, os efeitos da prevenção são imediatos na idade escolar, porque muitos problemas começam na infância e podem ser corrigidos rapidamente. E quanto mais cedo melhor.

– Notamos que os pequenos aderiram melhor às instruções. Eles se divertiam e gostavam das explicações. Quando a mochila estava certa fazíamos uma festa, com apitos e brincadeiras. Os adolescentes tinham vergonha de se pesar e o trabalho foi mais difícil, mas também positivo. No futuro, o fisioterapeuta poderá estar fixo na escola, trabalhando com a saúde postural – diz Liliane Appratto de Souza, 25 anos, aluna do quarto semestre da PUCRS.

Como eu fiz

“Sempre acreditei que a prevenção é o filão da fisioterapia. Na faculdade, as disciplinas relacionadas me chamavam atenção. No último ano, fui indicado por um professor para participar de uma ação na Redenção e comecei a me envolver com a área. Quando me formei (pela Ulbra, em 2002) havia acumulado dois anos de experiência em iniciação científica na UFRGS. Pensei em seguir na carreira acadêmica, mas decidi abrir uma clínica com colegas para trabalhar com a fisioterapia preventiva.

Com o tempo, vi que a cultura ainda não é essa e tivemos de trabalhar com a reabilitação para, aos poucos, inserir a prevenção. Em 2006, me tornei membro do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Implantar a campanha de saúde escolar em Porto Alegre foi importante, porque colabora com a saúde pública e abre mais um campo de trabalho ao profissional. Muitos colegas e representantes de escolas entraram em contato conosco para conhecer o projeto. Tivemos um ano inteiro de contato com a comunidade escolar e ainda temos uma palestra para realizar em novembro sobre como organizar materiais.”

Gerson Chequi, 30 anos, fisioterapeuta

A campanha que deu certo

Nas blitze realizadas na escola, estudantes receberam cartões verdes e vermelhos, de acordo com a carga das mochilas. A ação, que integrou palestras, cartazes e muita informação ao longo do ano, mudou hábitos na comunidade escolar e inaugurou um novo campo de ação aos fisioterapeutas no Estado.

Dica

“A prevenção tem um impacto importante na saúde pública e a escola é um espaço fundamental, porque trabalha a educação em saúde e a consciência do autocuidado com postura e as alterações musculares.” Denizar Melo, coordenador do curso de Fisioterapia da PUCRS

O curso

– As aulas são em turno integral (manhã e tarde) e duram quatro anos. Há estágio obrigatório que ocupa mais um semestre. Entre as disciplinas se destacam anatomia, cinesiologia, fisiologia, bioestatística e psicologia. No Rio Grande do Sul, apenas duas instituição públicas oferecem a formação (UFSM e Unipampa).

Mercado

– Para usar as técnicas fisioterápicas para preservar, desenvolver ou restaurar a integridade do corpo humano, o fisioterapeuta atua em hospitais, academias, clubes esportivos, clínicas e instituições voltadas a pessoas portadoras de deficiências. O profissional também pode atender pacientes a domicílio, de forma autônoma. É cada vez maior a presença de fisioterapeutas no serviço público. O esporte é um segmento com boas oportunidades.

Remuneração

– Não há piso no Estado. Como autônomo, o profissional segue uma tabela estabelecida pelo mercado que fica em torno de R$ 60 por consulta.

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