Unipalmares: Ações inclusivas abrem janelas para a diversidade
“Quando conclui o ensino médio não tinha condições financeiras e nem
aprendizado suficiente para ingressar numa universidade e isso me
frustrou muito”, conta Thiago da Conceição de Paula, de 24 anos,
formado em administração pela Faculdade Zumbi dos Palmares. Sem
enxergar muitas saídas, Thiago desistiu da graduação naquela ocasião.
Mas ao tornar-se um multiplicador do Educomunicação – iniciativa da
Universidade de São Paulo (USP) cujo objetivo principal é o
investimento na autoestima e na capacidade de expressão das pessoas –
que uma janela de oportunidades se abriu para ele. “Percebi que cabia a
mim mudar a história da minha família e fui atrás de bolsas de estudo”,
recorda-se.
“O estímulo para prosseguir veio do trabalho voluntário na
comunidade na qual sempre me apoiei.” Hoje tanto Thiago quanto sua
mulher, a universitária Maristela Mendes de Paula, de 21 anos,
moradores do bairro Santa Etelvina, na região de Itaquera, estão
empregados no Bradesco, umas das instituições parceiras da Afrobras,
mantenedora da Faculdade Zumbi dos Palmares.
O casal é um retrato da
diversidade presente na Unipalmares, pois, diferentemente do marido,
Maristela não é afrodescendente. “Não há esse racismo ao inverso”,
garante a estudante. “Na minha classe há japoneses também.” Embora
tenha nascido com a missão de incluir os jovens afrodescendentes no
mercado financeiro, a Unipalmares hoje ostenta parcerias não somente
com alguns dos maiores bancos do país, como tem começado a costurar
acordos com gigantes de outras áreas para abrir as portas de estágio.
É
o caso do Carrefour. “Esse embrião tem ganhado corpo no ambiente das
empresas por conta da cobrança de responsabilidade social”, afirma o
reitor da Unipalmares, José Vicente. “Os alunos negros geralmente vêm
da baixa renda e têm uma limitação estrutural significativa, então
nossa missão é qualificar melhor esse público para incluí-lo no ensino
superior”, explica ele. Inaugurada em novembro de 2003, a Unipalmares
tem como mantenedora a Afrobras, ONG que se originou de uma tese de
conclusão de curso de três estudantes de sociologia e ciências
políticas inconformados com a segregação – entre os quais, José
Vicente.
Desde então, a Unipalmares formou seiscentos alunos, dentre os
quais 50% fizeram estágios. Destes, 150 foram efetivados ou promovidos.
“A semente frutificou”, diz o reitor. “Todo esse esforço levou ao
debate sobre criação de políticas públicas que resultaram no ProUni.”
Ele se refere ao programa Universidade para
Todos, do governo federal,
criado em 2005 com a proposta de oferecer bolsas de estudo a estudantes
egressos da rede pública. Em contrapartida, há isenção de tributos às
instituições de ensino que aderem ao programa. A instituição, que
começou com duas modalidades do curso de administração – geral e
financeira – hoje oferece também comércio exterior, serviços e comércio
eletrônico.
A maioria dos estudantes tem bolsa de 50% sobre o valor da
mensalidade, que é de cerca de R$ 500. Há ainda alunos bolsistas em
universidades privadas parceiras. É uma linha de atuação seguida pelo
Centro Universitário Salesiano de São Paulo (Unisal), que também aposta
nas parcerias com o setor privado e com sindicatos de trabalhadores
para reter o estudante na sala de aula.
Tem firmado 140 convênios com
grandes empresas como Danone e LG, além de sindicatos, prefeituras e
bancos, para proporcionar descontos nas mensalidades. “As parcerias
possibilitam a oferta do ensino de qualidade e aproximam o aluno do
mercado de trabalho”, afirma a coordenadora de comunicação e marketing
do Unisal, Luciana de Almeida Palhete Xavier.
Foi a partir dos anos
1990, com o aumento da exigência na formação profissional, como o
domínio de vários idiomas, graduação, pós-graduação e especialização,
que as instituições particulares de ensino superior se espalharam.
Concomitantemente a essa tendência, presenciou-se o fenômeno do
crescimento do acesso das classes C e D à educação superior privada.
“Nosso estudante é o jovem trabalhador que busca um upgrade em sua
formação”, diz o diretor comercial da Anhanguera Educacional, Antonio
Costa.
A instituição tem capital aberto na Bolsa de Valores de São
Paulo (BM&F Bovespa) e 80% dos alunos são de baixa renda. “Atender
esse público é uma questão antiga e está na nossa origem, que remonta a
1994.” Em 1995, o Brasil contava com 894 instituições de ensino
superior (IES), sendo 684 delas privadas.
Atualmente, são 2.252 IES,
sendo 2.016 privadas. Naquele ano, registraram-se 135 universidades,
dentre as quais 63 particulares. Em 2009, o número chegou a 183
universidades, com 86 privadas, segundo dados do Ministério da Educação
(MEC). A Anhanguera monitora os ex-alunos e afirma que pesquisas
institucionais apontam para um índice de empregabilidade alto.
O
levantamento mostra que 85% dos formados estão no mercado de trabalho.
Mas grande parte desse contingente já trabalhava quando ingressou na
universidade. Em contrapartida, 67% dos alunos quase triplicaram os
rendimentos durante ou após conclusão do curso e 79% consideram que a
formação recebida ampliou suas perspectivas profissionais.
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