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JORNALISTAS PRECISAM BUSCAR CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO

8 de abril de 2008
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Escrito porRedação

Nos corredores das faculdades de jornalismo corre uma piada interna com jeito de mea culpa – o curso é a casa dos criadores frustrados, que no fim tornam-se engrenagem na linha de montagem noticiosa. A auto-avaliação pouco otimista tem suas razões. A atividade é permeada pela narrativa diária dos acontecimentos.

Como diz o código de ética da profissão [de agosto de 2007], nós, do lado de cá do texto, existimos em nome do seu direito à informação, que deve ser pautada “pela veracidade dos fatos e visar o interesse público“.

Mas não é só do “fulano disse ontem“ que vive o jornalismo. Para Eliane Brum, repórter vencedora do prêmio Jabuti de 2007 com o livro-reportagem A Vida que Ninguém Vê, é também papel do jornalista fazer o leitor compreender o mundo. ”É indiscutível que jornais e revistas só manterão o interesse se forem relevantes. Ninguém tem tempo ou dinheiro para comprar o que pode ler de graça na web”.

E é a internet que se afirma como estímulo para importantes mudanças na área. Se antes a primazia pela qualidade era uma questão de rejeição ao jornalismo preguiçoso, essa grande invasora virtual vem apimentar a disputa por leitores.

Mais do que aplicadores de aspas em série, os repórteres devem seduzir pela precisão e o traquejo nas palavras. Segundo Eliane, essa é a saída para o mecanicismo do hard news [as notícias factuais]. “Texto pobre e chato não tem leitor. Não acredito também no repórter que sai da redação para achar gente que fale exatamente aquilo que ele quer”.

MULTIMÍDIA – O jornalismo de televisão também atravessa a batalha pela [re]conquista do público. Segundo o jornalista, produtor e apresentador Marcelo Tas, do programa Custe o Que Custar, da Band, um público que já nasceu digital não se contenta a assistir passivamente a horas de programas no sofá – o que é um perigo para as TVs abertas, geralmente pouco afeitas a ousadias.

”Ninguém fica mais esperando pela hora do telejornal para ver as notícias do Brasil e do mundo, como se falava. Esse momento é uma excelente oportunidade para os jornalistas se reinventarem”. Para ele, o primeiro passo é ouvir o que a audiência, armada com seus blogs, vídeos e e-mails, tem a dizer. O mesmo vale para o radiojornalismo e o fotojornalismo.

Mas a blogosfera e o jornalismo de web não devem ser simploriamente crucificados como O Inimigo. Eles são também novo campo para profissionais, convergindo mídias e enriquecendo conteúdos.

Muitos jornalistas se fixam apenas no filão online. Situação como a de Ricardo Noblat, que mantém um blog sobre política desde 2001 e tem mais de 25 mil visitantes únicos [IPs] por dia. Para manter a atualização do endereço virtual, Noblat tem uma equipe de três jornalistas e afirma receber – sem entrar em cifras – o mesmo que um repórter especial de um jornal do sudeste por mês.

Para ele, o blog é uma plataforma superior às suas concorrentes menos jovens. “A rapidez na atualização e a praticidade são vantajosas. Um blog consegue trazer a notícia mais rápido até que um portal ou um site”.

QUERO SER FOCA – Na Bahia, existem 20 graduações para o curso de jornalismo registradas no Mec, que despejam anualmente no mercado cerca de 150 novos profissionais. Destes, 11 cursos foram criados após o ano 2000. Todos particulares.

O estágio na área é permitido desde 2002, após acordo entre o Ministério do Trabalho, a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) e as empresas. Antes dele, o jornalismo era a única profissão com estágio proibido por lei.

Hoje, a prática foi liberada após a criação de algumas regras – trabalho só para alunos a partir do quinto semestre, com renda de 40% do piso salarial do estado e jornada diária menor que cinco horas. A liberação foi fruto da reinvidicação dos alunos, ansiosos por se tornarem ”focas”, como são chamadps os calouros de redação.

O presidente nacional da Fenaj é à favor da prática. “É importante o contato com a área, ou o estudante já estará fora do mercado logo ao entrar na profissão”. O trabalho não é simples. A pressão do deadline, a correria e a jornada ingrata quase abalaram a certeza na vocação de Marcos Russo, 20, estudante do quinto semestre da Faculdade Social da Bahia e estagiário da Agecom [Agência de Notícias do Estado]. Mas ele logo percebeu que fazer jornalismo na prática é um trauma necessário. ”No começo foi punk, estressante.

Mas isso acabou me mostrando um prazer que eu já não sentia mas na faculdade”. Gilvan Reis, 19, quinto semestre da Faculdade de Comunicação da Ufba [Facom], passou pelo mesmo choque teórico-prático. ”Poucos professores nos dão uma visão do jornalismo no dia-a-dia. E isso, na hora H, faz falta“. O estudante começou a estagiar na área há dois meses, no semanal Folha Dirigida.

Para o chefe do colegiado da Facom, o professor Washington Oliveira, o problema é bem mais complexo: a prática é que deixa a desejar. ”Não há, é claro, como repetir e espelhar teoria e prática. Por mais capacitada que seja uma faculdade, ela não tem lógica de mercado. E fico feliz que não, porque a prática de hoje muitas vezes é irmã da obviedade”.

COLETAR, REDIGIR, EDITAR – Para os diplomados, más manchetes: o piso salarial varia entre as empresas e o mercado não anda exatamente promissor no estado. “Nunca foi”, afirma Kardelícia Mourão, coordenadora da Fenaj na Bahia. “Temos apenas 3 jornais diários e 5 emissoras de TV. O que acaba levando a assessoria de imprensa a empregar 60 ou 70% dos profissionais”.

Assessores e jornalistas equilibram-se entre seus interesses em simbiose. O assessor é a ponte entre a imprensa entre empresas, públicas e privadas, ou pessoas. O cargo pode ser ocupado por jornalistas ou relações públicas, e quase sempre o piso salarial é maior que o de um repórter.

Sobre a relação delicada com a imprensa, a assessora Monique Melo, 16 anos de mercado e 14 de graduada em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, desmistifica: “Obviamente, entendemos que nem todas as informações enviadas são de interesse do veículo. A idéia de publicar envolve a credibilidade, e mesmo a criatividade da assessoria”. Sua empresa, a Texto & Cia, expandiu-se para São Paulo, contra todas as expectativas.

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