Modelo de Redação Nota 1000: veja exemplos dos últimos anos

O Enem 2021 está chegando aí e com ele a temível redação. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apenas 28 participantes fizeram uma redação nota mil na última edição do Exame e mais de 87 mil candidatos zeraram na dissertação da prova por folha em branco e fuga ao tema.
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Olhando assim friamente, fazer uma redação nota mil parece mais difícil do que realmente é. No entanto, o texto possui uma estrutura fixa e apenas o tema varia a cada ano.
Com o intuito de ajudar os candidatos, o Inep criou a Cartilha do Participante com dicas valiosas sobre o assunto. Quer saber o resumo da cartilha? Continue lendo este artigo que o Mundo Vestibular preparou com os principais tópicos para fazer uma redação nota mil!
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Como fazer uma redação nota mil no Enem?
A redação do Enem possui um escopo a ser seguido composto pelos seguintes blocos: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Mas além da estrutura, o candidato deve ter em mente que o texto deve ser dissertativo-argumentativo, redigido de acordo com a escrita formal da língua portuguesa e apresentar uma proposta de intervenção para o problema apresentado no tema.
Estes e outros aspectos como coesão e coerência, respeito aos direitos humanos e repertório sociocultural são pontos críticos de análise para o Inep. Portanto, o ideal é estudar bastante para se adequar ao padrão requerido.
Quanto à estrutura do texto, nós do Mundo Vestibular separamos algumas dicas para te ajudar a escrever uma redação nota mil. Veja a seguir!
A introdução da redação nota mil
A introdução corresponde ao primeiro parágrafo do texto. É nele que você vai expor as principais questões a serem abordadas em sua redação, de forma clara, fluida e objetiva para que o leitor possa entender o texto com facilidade.
É importante ter em mente que o objetivo destas primeiras linhas é envolver o leitor e apresentar uma visão geral do assunto. Portanto é de extrema importância expor os fatos de forma que fique clara a razão que torna este problema algo relevante.
O desenvolvimento da redação nota mil
Você é bom defendendo seus pontos de vista? Então chegou a sua hora de brilhar! O desenvolvimento da redação do Enem pode ser resumido em uma única palavra: argumentação. É nesta parte do texto que as informações mais polêmicas, visões opostas e seu repertório sociocultural podem e devem aparecer.
Todos os pontos levantados da introdução do texto devem ser construídos e desenvolvidos de forma argumentativa em ao menos dois parágrafos. Utilizar dados e conhecimentos gerais como referência é sempre uma boa pedida.
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A conclusão da redação nota mil
Enquanto o desenvolvimento trata da argumentação, no último parágrafo é preciso apresentar uma solução. É aqui, na parte final, que você apresenta possíveis saídas para os problemas levantados desde o princípio do texto, sempre tendo em mente o cunho social e sem deixar de lado as garantias dos direitos humanos.
Na conclusão, tudo o que foi escrito deve estar bem conectado e fazer sentido. Portanto antes mesmo de começar a escrever, faça um esboço, analise como os parágrafos se relacionam com a conclusão e conduza o leitor até este momento final da apresentação de seu ponto de vista.
Quer garantir a nota mil na redação do Enem? Então, confira tudo o que você precisa saber sobre a estrutura do texto, os critérios avaliativos e as dicas para ir bem na prova: Redação do Enem: tudo o que você precisa saber
3 modelos de redação nota mil
Praticar interpretação de texto, manter-se informado para ter o mínimo de domínio sobre qualquer possível tema proposto e olhar os temas dos anos anteriores são ótimas dicas para quem deseja fazer uma boa redação. Pensando nisso, separamos alguns temas e modelos de redação nota mil, nas últimas edições do Enem. Veja só!
1. Redação do Enem 2018: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet
Por Mattheus Martins Wengenroth Cardoso
“O advento da internet possibilitou um avanço das formas de comunicação e permitiu um maior acesso à informação. No entanto, a venda de dados particulares de usuários se mostra um grande problema. Apesar dos esforços para coibir essa prática, o combate à manipulação de usuários por meio de controle de dados representa um enorme desafio. Pode-se dizer, então, que a negligência por parte do governo e a forte mentalidade individualista dos empresários são os principais responsáveis pelo quadro.
Em primeiro lugar, deve-se ressaltar a ausência de medidas governamentais para combater a venda de dados pessoais e a manipulação do comportamento nas redes. Segundo o pensador Thomas Hobbes, o Estado é responsável por garantir o bem-estar da população, entretanto, isso não ocorre no Brasil. Devido à falta de atuação das autoridades, grandes empresas sentem-se livres para invadir a privacidade dos usuários e vender informações pessoais para empresários que desejam direcionar suas propagandas. Dessa forma, a opinião dos consumidores é influenciada, e o direito à liberdade de escolha é ameaçado.
Outrossim, a busca pelo ganho pessoal acima de tudo também pode ser apontado como responsável pelo problema. De acordo com o pensamento marxista, priorizar o bem pessoal em detrimento do coletivo gera inúmeras dificuldades para a sociedade. Ao vender dados particulares e manipular o comportamento de usuários, empresas invadem a privacidade dos indivíduos e ferem importantes direitos da população em nome de interesse individuais.
Desse modo, a união da sociedade é essencial para garantir o bem-estar coletivo e combater o controle de dados e a manipulação do comportamento no meio digital. Infere-se, portanto, que assegurar a privacidade e a liberdade de escolha na internet é um grande desafio no Brasil. Sendo assim, o Governo Federal, como instância máxima de administração executiva, deve atuar em favor da população, através da criação de leis que proíbam a venda de dados dos usuários, a fim de que empresas que utilizam essa prática sejam punidas e a privacidade dos usuários seja assegurada.
Além disso, a sociedade, como conjunto de indivíduos que compartilham valores culturais e sociais, deve atuar em conjunto e combater a manipulação e o controle de informações, por meio de boicotes e campanhas de mobilização, para que os empresários sintam-se pressionados pela população e sejam obrigados a abandonar a prática. Afinal, conforme afirmou Rousseau: “a vontade geral deve emanar de todos para ser aplicada a todos.”
2. Redação do Enem 2019: Democratização do acesso ao cinema no Brasil
Por Daniel Gomes
“O filme ‘’Cine Hollywood’’ narra a chegada da primeira sala de cinema na cidade de Crato, interior do Ceará. Na obra, os moradores do até então vilarejo nordestino têm suas vidas modificadas pela modernidade que, naquele contexto, se traduzia na exibição de obras cinematográficas. De maneira análoga à história fictícia, a questão da democratização do acesso ao cinema, no Brasil, ainda enfrenta problemas no que diz respeito à exclusão da parcela socialmente vulnerável da sociedade. Assim, é lícito afirmar que a postura do Estado em relação à cultura e a negligência de parte das empresas que trabalham com a ‘’sétima arte’’ contribuem para a perpetuação desse cenário negativo.
Em primeiro plano, evidencia-se, por parte do Estado, a ausência de políticas públicas suficientemente efetivas para democratizar o acesso ao cinema no país. Essa lógica é comprovada pelo papel passivo que o Ministério da Cultura exerce na administração do país. Instituído para ser um órgão que promova a aproximação de brasileiros a bens culturais, tal ministério ignora ações que poderiam, potencialmente, fomentar o contato de classes pouco privilegiadas ao mundo dos filmes, como a distribuição de ingressos em instituições públicas de ensino básico e passeios escolares a salas de cinema. Desse modo, o Governo atua como agente perpetuador do processo de exclusão da população mais pobre a esse tipo de entretenimento. Logo, é substancial a mudança desse quadro.
Outrossim, é imperativo pontuar que a negligência de empresas do setor – como produtoras, distribuidoras de filmes e cinemas – também colabora para a dificuldade em democratizar o acesso ao cinema no Brasil. Isso decorre, principalmente, da postura capitalista de grande parte do empresariado desse segmento, que prioriza os ganhos financeiros em detrimento do impacto cultural que o cinema pode exercer sobre uma comunidade. Nesse sentido, há, de fato, uma visão elitista advinda dos donos de salas de exibição, que muitas vezes precificam ingressos com valores acima do que as classes populares podem pagar. Consequentemente, a população de baixa renda fica impedida de frequentar esses espaços.
É necessário, portanto, que medidas sejam tomadas para facilitar o acesso democrático ao cinema no país. Posto isso, o Ministério da Cultura deve, por meio de um amplo debate entre Estado, sociedade civil, Agência Nacional de Cinema (ANCINE) e profissionais da área, lançar um Plano Nacional de Democratização ao Cinema no Brasil, a fim de fazer com que o maior número possível de brasileiros possa desfrutar do universo dos filmes. Tal plano deverá focar, principalmente, em destinar certo percentual de ingressos para pessoas de baixa renda e estudantes de escolas públicas. Ademais, o Governo Federal deve também, mediante oferecimento de incentivos fiscais, incentivar os cinemas a reduzirem o custo de seus ingressos. Dessa maneira, a situação vivenciada em ‘’Cine Hollywood’’ poderá ser visualizada na realidade de mais brasileiros.”
3. Redação do Enem 2020: O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira
Por Adrielly Clara Enriques Dias
“No filme estadunidense “Joker”, estrelado por Joaquin Phoenix, é retratado a vida de Arthur Fleck, um homem que, em virtude de sua doença mental, é esquecido e discriminado pela sociedade, acarretando, inclusive, piora no seu quadro clínico. Assim, como na obra cinematográfica abordada, observa-se que, na conjuntura brasileira contemporânea, devido a conceitos preconceituosos perpetuados ao longo da história humana, há um estigma relacionado aos transtornos mentais, uma vez que os indivíduos que sofrem dessas condições são marginalizados. Ademais, é preciso salientar, ainda, que a sociedade atual carece de informações a respeito de tal assunto, o que gera um estranhamento em torno da questão.
Em primeiro lugar, faz-se necessário mencionar o período da Idade Média, na Europa, em que os doentes mentais eram vistos como seres demoníacos, já que, naquela época, não havia estudos acerca dessa temática e, consequentemente, ideias absurdas eram disseminadas como verdades. É perceptível, então, que existe uma raiz histórica para o estigma atual vivenciado por pessoas que têm transtornos mentais, ocasionando um intenso preconceito e exclusão. Outrossim, não se pode esquecer de que, graças aos fatos supracitados, tais indivíduos recebem rótulos mentirosos, como, por exemplo, o estereótipo de que todos que possuem problemas psicológicos são incapazes de manter relacionamentos saudáveis, ou seja, não conseguem interagir com outros seres humanos de forma plena. Fica claro, pois, que as doenças mentais são tratadas de forma equivocada, ferindo a dignidade de toda a população.
Em segundo lugar, ressalta-se que há, no Brasil, uma evidente falta de informações sobre transtornos mentais, fomentando grande preconceito e estranhamento com essas doenças. Nesse sentido, é lícito referenciar o filósofo grego Platão, que, em sua obra à República, narrou o intitulado “Mito da Caverna”, no qual homens, acorrentados em uma caverna, viam somente sombras na parede, acreditando, portanto, que aquilo era a realidade das coisas. Dessa forma, é notório que, em situação análoga à metáfora abordada, os brasileiros, sem acesso aos conhecimentos acerca dos transtornos mentais, vivem na escuridão, isto é, ignorância, disseminando atitudes preconceituosas. Logo, é evidente a grande importância das informações, haja vista que a falta delas aumenta o estigma relacionado às doenças mentais, prejudicando a qualidade de vida das pessoas que sofrem com tais transtornos.
Destarte, medidas são necessárias para resolver os problemas discutidos. Isto posto, cabe à escola, forte ferramenta de formação de opinião, realizar rodas de conversa com os alunos sobre a problemática do preconceito com os transtornos mentais, além de trazer informações científicas sobre tal questão. Essa ação pode se concretizar por meio da atuação de psiquiatras e professores de sociologia, estes irão desconstruir a visão discriminatória dos estudantes, enquanto que aqueles irão mostrar dados/informações relevantes sobre as doenças psiquiátricas. Espera-se, com essa medida, que o estigma associado às doenças mentais seja paulatinamente erradicado.”
4. Redação do Enem 2021: Vidas Secas e a identidade
Por: Fernanda Quaresma
“Em “Vidas secas”, obra literária do modernista Graciliano Ramos, Fabiano e sua família vivem uma situação degradante marcada pela miséria. Na trama, os filhos do protagonista não recebem nomes, sendo chamados apenas como o “mais velho” e o “mais novo”, recurso usado pelo autor para evidenciar a desumanização do indivíduo. Ao sair da ficção, sem desconsiderar o contexto histórico da obra, nota-se que a problemática apresentada ainda percorre a atualidade: a não garantia de cidadania pela invisibilidade da falta de registro civil. A partir desse contexto, não se pode hesitar – é imprescindível compreender os impactos gerados pela falta de identificação oficial da população.
Com efeito, é nítido que o deficitário registro civil repercute, sem dúvida, na persistente falta de pertencimento como cidadão brasileiro. Isso acontece, porque, como já estudado pelo historiador José Murilo de Carvalho, para que haja uma cidadania completa no Brasil é necessária a coexistência dos direitos sociais, políticos e civis. Sob essa ótica, percebe-se que, quando o pilar civil não é garantido – em outras palavras, a não efetivação do direito devido à falta do registro em cartório –, não é possível fazer com que a cidadania seja alcançada na sociedade. Dessa forma, da mesma maneira que o “mais novo” e o “mais velho” de Graciliano Ramos, quase 3 milhões de brasileiros continuam por ser invisibilizados: sem nome oficial, sem reconhecimento pelo Estado e, por fim, sem a dignidade de um cidadão.
Além disso, a falta do sentimento de cidadania na população não registrada reflete, também, na manutenção de uma sociedade historicamente excludente. Tal questão ocorre, pois, de acordo com a análise da antropóloga brasileira Lilia Schwarcz, desde a Independência do Brasil, não há a formação de um ideal de coletividade – ou seja, de uma “Nação” ao invés de, meramente, um “Estado”. Com isso, o caráter de desigualdade social e exclusão do diferente se mantém, sobretudo, no que diz respeito às pessoas que não tiveram acesso ao registro oficial, as quais, frequentemente, são obrigadas a lidar com situações humilhantes por parte do restante da sociedade: das mais diversas discriminações até o fato de não poderem ter qualquer outro documento se, antes, não tiverem sua identificação oficial.
Portanto, ao entender que a falta de cidadania gerada pela invisibilidade do não registro está diretamente ligada à exclusão social, é tempo de combater esse grave problema. Assim, cabe ao Poder Executivo Federal, mais especificamente o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, ampliar o acesso aos cartórios de registro civil. Tal ação deverá ocorrer por meio da implantação de um Projeto Nacional de Incentivo à Identidade Civil, o qual irá articular, junto aos gestores dos municípios brasileiros, campanhas, divulgadas pela mídia socialmente engajada, que expliquem sobre a importância do registro oficial para garantia da cidadania, além de instruções para realizar o processo, a fim de mitigar as desigualdades geradas pela falta dessa documentação. Afinal, assim como os meninos em “Vidas secas”, toda a população merece ter a garantia e o reconhecimento do seu nome e identidade.“
Onde estudar com a nota do Enem?
Seguindo essas dicas, com toda certeza você fará uma redação nota mil. O que junto com as boas notas das provas objetivas dará a você a chance de cursar o ensino superior com o resultado do Enem.
Tendo suas notas em mãos, você consegue tentar uma vaga em universidades públicas e particulares de todo o Brasil por meio do Prouni, do Fies, do Sisu e até mesmo do Ingresso Direto, uma modalidade independente de seleções governamentais e que a cada dia mais ganha abertura nas faculdades particulares brasileiras.
Seja por meio de qualquer uma das modalidades apresentadas acima, o passo mais importante para definir onde estudar com a nota do Enem é encontrar uma boa faculdade, certificada pelo Ministério da Educação. Se você ainda não conhece nenhuma, confira a seguir a lista que fizemos com algumas ótimas opções:
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