A história de civilização ocidental começa com a história de civilização grega. Apesar de sua geografia dispersa, a Grécia antiga tem uma vida cultural relativamente homogênea, expressa no idioma comum e em formas de organização política e crenças religiosas semelhantes.
Um importante ponto na história da Grécia e da civilização ocidental foi a formação da Pólis, que aparece no estudo da geografia, filosofia, sociologia e outros marcos importantes na sociedade moderna.
Confira mais sobre a origem da Pólis e sua interferência no modo de pensar dos cidadãos:
O que é a Pólis?
A pólis grega, também conhecida como cidade-estado grega, era uma forma de organização política e social que surgiu na Grécia Antiga.
Ela era uma cidade autônoma, com suas próprias leis, governo e sistema econômico, que se desenvolveu em torno de um núcleo urbano e de uma área rural próxima.
A pólis grega era caracterizada pela participação ativa dos cidadãos em assuntos políticos, o que é conhecido como democracia direta. Todos os cidadãos homens livres, já maiores de 18 anos, tinham o direito de participar das assembleias populares e das decisões políticas da cidade.
Como surgiu a Pólis
A formação da pólis grega, que é considerada uma das primeiras formas de governo democrático da história, teve início no século VIII a.C. na Grécia Antiga. A pólis era uma cidade-estado autônoma que possuía seu próprio governo, leis, exército e sistema econômico.
A formação desse espaço foi influenciada por diversos fatores, incluindo a geografia da região, a evolução das comunidades agrícolas e as tensões sociais entre as diferentes classes sociais.
A origem da polis, com o renascimento do comércio, acaba com o isolamento das aldeias. A sociedade torna-se mais complexa. As cidades sofrem mudanças radicais. O local mais importante da cidade passa a ser a “ágora”, a praça pública, onde o comércio se desenvolve e as discussões sobre a vida e a sociedade acontecem.
Ágora em Atenas – Imagem: Virna Lize
A democracia contribuiu para que “todos” – no caso, somente aqueles considerados cidadão, sendo os “homens livres” – tivessem acesso à ágora, de modo que cidadania passou a ser um direito dos homens adultos nascidos na pólis, que não fossem estrangeiros (metecos) ou escravos.
A Pólis e a Razão: a superação da mitologia
A pólis grega e a razão estão intimamente relacionadas na história da filosofia e da política da Grécia Antiga.
Os filósofos gregos, como Sócrates, Platão e Aristóteles, desenvolveram teorias sobre a importância da razão na busca da verdade e da justiça. Eles argumentaram que a razão era a ferramenta mais importante para entender a realidade e tomar decisões políticas justas. Além disso, eles defendiam que o uso da razão era fundamental para a formação de uma sociedade virtuosa e justa.
Essa nova forma de pensar a partir da formação da pólis é o oposto ao pensamento mítico. É como se o homem grego do século VI a.C. tivesse se libertado das fantasias da religião e da mitologia para evoluir racionalmente.
A pólis é uma criação dos cidadãos e não dos deuses. Essa nova forma de organização social e política foi fundamental para o desenvolvimento do pensamento humano.
A pólis grega, uma criação, então, da vontade dos homens, estabelece o desaparecimento da vontade divina e celestial de todo um conjunto de relações, quer dos homens entre si, quer dos homens com a natureza. A mitologia apenas narra uma sucessão de fenômenos divinos, naturais e humanos.
Ela é, então, substituída pela Filosofia na compreensão desses fenômenos. Com isso, ao utilizar a razão, o homem busca uma explicação para entender a relação entre o caos e a ordem do mundo.
Na pólis, com os “cidadãos” em igualdade, é vitorioso quem sabe convencer, quem utiliza o raciocínio e a exposição precisa das ideias, não só em relação à política, mas a tudo que se referia à vida dos gregos.
Assim, a pólis grega e a razão estavam conectadas através da participação ativa dos cidadãos na vida política e da busca pela verdade e justiça através da razão.
A pólis grega representou um importante avanço no desenvolvimento da democracia e da filosofia ocidental, e seu legado continua a influenciar o pensamento político e filosófico até os dias de hoje.
