Alguma Poesia – Resumo do livro de Carlos Drummond de Andrade

Em meio à vastidão da literatura brasileira, há uma voz que se ergue com destaque, enredando-nos em seu universo poético profundamente cativante. Essa voz pertence a Carlos Drummond de Andrade, um dos maiores poetas do século XX, cuja obra primorosa encanta e provoca reflexões até hoje.
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Em “Alguma Poesia”, sua primeira coletânea publicada em 1930, adentramos ao âmago da alma do autor, testemunhando a descoberta de uma voz singular que transformaria a poesia brasileira para sempre.
Venha conhecer mais sobre este título clássico e tão importante para a poesia brasileira.
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Sobre a obra
Publicado em 1930, o volume apresenta 49 poesias, reunindo produções de Carlos Drummond de Andrade de 1925 a 1930, e está dedicado ao poeta e amigo Mário de Andrade, que publica, no mesmo período, Remate dos Males, obra que viria a dar uma nova conformação à poética do Papa do Modernismo.
Alguma Poesia é volume escrito sob o ímpeto da modernidade de 1922, pratica o poema-piada, utiliza os coloquialismos apregoados pela estética, cultiva a poesia do cotidiano, repudiando as tendências parnasiano-simbolistas que dominaram a poesia até então.
No entanto, o poema-piada de Drummond é antes um desabafo de um tímido que procura afogar (disfarçar) no humor os sentimentos que o amarguram. No prosaísmo esconde a procura de uma expressão poética autêntica e autônoma e, ao se voltar para o cotidiano, transcende o tempo e o espaço em busca do perene e universal.
Dos supostos acima enunciados, pode-se traçar uma espécie de linha temática que Drummond seguirá em Alguma Poesia e que permanecerá durante sua trajetória poética, que, grosso modo, pode ser identificada como se segue, a partir do que o próprio autor sugere como condução temática de sua obra:
1. O indivíduo – “um eu todo retorcido”
Seção que investiga a formação do poeta e sua visão acerca do mundo. Sempre lúcido, discorre com amargor, pessimismo, ironia e humor o que ele, atento observador, capta de si mesmo e das coisas que o rodeiam. Alguns poemas sintetizam a visão do indivíduo, como o poema de abertura “Poema de sete faces” em que vaticina seu destino
2. A família – “a família que me dei”
Uma das constantes temáticas de Drummond, presente desde Alguma Poesia até seus versos finais, é a família, sua vivência interiorana em Minas Gerais, a paisagem que marca sua memória.
Contrariando o lugar-comum, ao invés de se referir à família como algo que lhe foi atribuído por Deus, o poeta coloca um “que me dei” a analisa suas relações pessoais, consciente de que se assentam na perspectiva pessoal. De modo muito individual, retrata o escoar do tempo, como é possível observar em “Infância”, “Família”, “Sesta”, alguns dos mais significativos poemas de Alguma Poesia.
3. O conhecimento amoroso – “amar-amaro”
Com o jogo de palavras amar-amaro, título emprestado de um poema do livro Lição de Coisas, o poeta acrescenta ao substantivo “amar” o adjetivo “amargo”, sentimento recorrente em alguns de seus poemas e livros escritos posteriormente.
Em Alguma Poesia o tema é tratado com boas doses de humor, sátira ou pitadas de idealismo, como em “Toada do amor”, “Sentimental”, “Quero me casar”, “Quadrilha”.
4. Paisagem e viagens
Um grupo de poesias faz anotações sobre viagens, retratando paisagens vistas e vividas, mas também recuperando as influências recebidas da sempre subserviente postura brasileira ante as supercivilizações, como em “Lanterna mágica”, “Europa, França e Bahia “.
5. O social e a evolução dos tempos
Drummond constrói poemas em que contempla a mudança dos tempos, o progresso chegando e invadindo a antiga paisagem, como em “A rua diferente” ou “Sobrevivente”.
Importância da obra
Nas páginas deste livro, somos imersos em um mundo onde as palavras ganham vida, tecendo versos que traduzem as angústias, as belezas e as contradições do cotidiano.
Drummond se apresenta como um observador atento, perscrutando a existência humana com sensibilidade ímpar. Seus poemas são um espelho no qual nos deparamos com nossos medos, desejos e sonhos, encontrando-nos diante da grandiosidade e fragilidade da vida.
Em “Alguma Poesia”, a melancolia e a ironia caminham lado a lado. Drummond transita entre temas como o amor, a solidão, a morte e a efemeridade do tempo, expondo suas inquietações e seu olhar crítico sobre a condição humana.
Com uma linguagem acessível, porém carregada de significado, o poeta nos conduz por um labirinto de emoções, onde a simplicidade das palavras ganha profundidade e força.
Ao longo das páginas, Drummond nos oferece uma verdadeira sinfonia poética, permeada por metáforas ousadas, jogos de palavras e uma musicalidade peculiar.
Cada poema é uma pequena joia literária que nos convida a refletir sobre a vida, a passagem do tempo e as relações humanas, despertando em nós uma sensação de pertencimento e uma conexão íntima com o autor.
“Alguma Poesia” é a essência de Carlos Drummond de Andrade condensada em versos, é o ponto de partida de uma trajetória brilhante que o consagraria como um dos grandes ícones da literatura brasileira.
Nesta obra inaugural, o poeta nos presenteia com uma profunda introspecção, revelando-se em sua poesia como um eterno aprendiz da existência, cuja sensibilidade e lucidez continuam a nos cativar, despertando emoções e reflexões nas gerações que o sucederam.
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