Platão e o famoso mito da caverna
Platão
nasceu em uma família aristocrata de Atenas. Na juventude, tornou-se
discípulo de Sócrates, aderindo ao método filosófico por ele utilizado
– a busca da verdade por meio de diálogos investigativos – e, mais
tarde, sistematizando por escrito os pensamentos do mestre. “Sócrates é
um dos poucos filósofos que nunca escreveu nada, porque se dedicava
basicamente ao exercício da dialética.
Por ter registrado o que disse o
seu mestre é que Platão tornou-se a grande referência do pensamento
clássico”, afirma Neusa Maria Pitta de Souza, professora de Filosofia
do Curso Elite Curitiba e do Colégio Marista Santa Maria. Entre as
obras deixadas por Platão, uma das mais conhecidas e estudadas é A
República, na qual ele discute a criação de um Estado ideal. O texto é
extenso e está dividido em dez livros, mas apenas o sétimo será cobrado
no vestibular da UFPR.
Neusa explica que a obra foi
escrita no século 4º a.C., num contexto de desilusão de Platão com o
sistema político ateniense e com o fim trágico de Sócrates, condenado à
morte sob as acusações de corromper a mente dos jovens e não acreditar
nos deuses. “A tônica de A República é a idéia de que só por meio da
educação é possível estar preparado para exercer o poder político a
favor do coletivo, e não de interesses pessoais”, sintetiza.
Segundo a
professora, o texto traz a transcrição de conversas ocorridas
principalmente entre Glauco (irmão de Platão) e seu mestre, Sócrates,
que propõe a criação de um governo comandado por filósofos ou cidadãos
com formação filosófica. De acordo com ele, esses indivíduos seriam os
mais próximos da verdade, da justiça e da idéia do bem.
No livro sétimo, Sócrates utiliza uma alegoria para ilustrar a
trajetória que tira o homem da ignorância e o leva ao conhecimento
verdadeiro. O filósofo compara a realidade da sociedade da época com a
situação de um grupo de pessoas que viviam na escuridão de uma caverna,
presas por correntes e de costas para a entrada, de modo que a única
coisa que conseguiam ver eram as sombras do mundo exterior projetadas
na parede em frente.
Sem a consciência do que se passava fora dali,
tomavam por reais aquelas figuras. “Essas pessoas simbolizariam a
Atenas da Antigüidade, com sua existência dominada pela ignorância”,
compara Neusa.
Um dia, porém, um daqueles prisioneiros se liberta e deixa a
caverna. Chegando ao lado de fora, ele nada enxerga, pois seus olhos,
habituados à escuridão, são ofuscados pela luminosidade do sol. Aos
poucos, entretanto, vai recuperando a visão e desvendando sombras,
imagens refletidas na água e, finalmente, a infinidade de objetos e
seres ao seu redor. Ainda admirado, se depara com a existência de um
outro mundo, totalmente diferente do subterrâneo em que fora criado.
Nessa passagem, afirma Neusa, Platão pretende mostrar que é sempre
difícil chegar ao conhecimento verdadeiro, sendo preciso percorrer
caminhos árduos para alcançá-lo. A alegoria sugere ainda que cabe ao
mestre somente apontar esses caminhos, pois a trajetória a ser
percorrida é individual. “Esse homem que rompe as amarras que o prendem
sai de uma zona de conforto, tendo de fazer muito esforço físico e
criar estratégias intelectuais para conseguir sair da caverna.
E quando
ele se dá conta de que passou a vida inteira vendo meros reflexos, fica
absolutamente indignado e extasiado, e sente uma necessidade enorme de
voltar ao fundo da caverna para contar aos seus companheiros o que
descobriu”, explica, dizendo que o retorno ao abrigo pode ser comparado
à postura dos professores, cujo papel é estimular o processo reflexivo.
Para Platão, entretanto, o processo de retorno à caverna também
seria doloroso, pois o homem que descobriu as maravilhas do mundo
exterior acabaria ridicularizado e hostilizado pelos que se encontravam
aprisionados. Dessa forma, afirma a professora, o autor expõe o
desconforto do homem sábio quando é obrigado a conviver com as pessoas
comuns, preocupadas apenas com seus problemas cotidianos e interesses
pessoais.
Ela explica que para Sócrates e Platão existem dois mundos: o
visível e o inteligível. O primeiro é aquele ao qual a maioria da
humanidade está presa, crendo, iludida, que as sombras são a realidade.
O outro é o reino da inteligência, privilégio daqueles que encontraram
a essência do bem e do belo.
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